Isso mesmo Roberto Arruda, flagrado pagando propinas, no chamado mensalão do DEM de Brasília, pode se beneficiar no julgamento tendo as principais provas excluídas do processo. Ou seja, sem provas, sem condenação.
Essa possibilidade começou aparecer depois que os ministros da 6.ª Turma do Tribunal, no caso da Boi Barrica, consideraram ilegais as interceptações telefônicas feitas durante as investigações que incriminam, entre outros, Fernando Sarney, acusado de crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
A decisão abre precedentes para que vários casos terminem em pizza. É o caso do ex-governador do Amapá Pedro Paulo Dias. Além disso, quatro grandes operações da Polícia Federal estão em risco no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
É importante que reflitamos: o Brasil está mudando; nossa democracia está cada vez mais madura e já se percebe uma maior conscientização na nossa população; o governo federal tenta implementar medidas que proporcionem maior transparência na administração e a polícia federal tem feito nos últimos anos um excelente trabalho investigativo.
Mas, na contramão dessa mudança, está o judiciário que ainda atua com medidas protecionistas que beneficiam bandidos do colarinho branco, amparados por seus sobrenomes ou por suas contas bancárias.
E inadmissível que a argumentação de que só serão aceitas gravações autorizadas pela justiça. Se isso se concretizar a investigação perde o efeito surpresa, pois quem nos garante que essa informação privilegiada não vai virar moeda de troca; sim, pois estamos cansados de ver membros dessa mesma justiça vendendo habeas corpus a bandidos a peso de ouro.
Essa é realmente a gota d’agua. Estamos cansados. É chagada a hora de reformarmos esse poder que, nos últimos anos, só tem dado passos para trás no que se refere a expectativa dos brasileiros. É hora da sociedade se manifestar contra essa prática que só pune ladrão de galinha.
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