O jornalista Otávio Cabral, articulista da revista Veja, na coluna Holofote, colocou nesta última semana, sob suspeita a relação de três governadores do PSB com o empresário Antônio Disraeli, dono da Easy Life Emergências Médicas. Contrato super faturado na Paraíba, aluguéis duvidosos em Pernambuco e favorecimento no Ceará, são as denunciados feitas pelo colunista.
Com o título “Negócios entre amigos”, veja como foi o teor da nota: “O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), fechou um contrato de aluguel de ambulâncias por R$ 8,7 milhões/ano. A locação de cada carro ficou em R$ 272.000, valor superior ao de um novo no mesmo modelo, que custa R$ 160.000. Além do preço, há outros pontos nebulosos no contrato com a Easy Life Emergências Médicas.”
A nota prossegue dizendo que “o dono da Easy Life é, também, proprietário da empresa de aviação que alugou o jatinho que levou o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), à Europa com a sogra e o papagaio”. O jornalista afirma que a Easy não tem avião jato pra atravessar um açude, quanto mais o Atlântico.
Sobre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), o texto diz que Disraeli foi homenageado pelo governador, para quem aluga ambulâncias.
No final o jornalista destaca que os três governadores são do PSB, supondo que o empresário teria um esquema de favorecimento dentro do partido beneficiado pelos governadores.
Nem todos no mesmo saco
Na verdade, esse tipo de articulação empresarial dentro de governos do mesmo partido é uma coisa mais comum do que nós imaginamos. Agora o problema é que ela pré-supõe suspeita de favorecimento, ainda mais, quando os contratos estão com valores bem acima do mercado. Esse contrato da Paraíba é uma imoralidade. O pior nesses casos é que quando se investiga com mais atenção se descobre que o empresário favorecido foi doador de campanha do governo em questão.
Agora, verdade tem que ser dita. Nos casos dos governadores Cid Gomes e Eduardo Campos, nada sugere improbidade. No caso de Pernambuco, não existe suspeita de super faturamento no aluguel das ambulâncias. E no caso do cearense Cid Gomes, o problema dele foi levar parentes em aeronave paga com dinheiro do público. Quanto a empresa não ter aeronaves, o problema é dela. Ela pode terceirizar o serviço, desde que, não cobre valores acima da realidade de mercado. Se os governos vivem terceirizando porque as empresas não podem fazer o mesmo?
Mas, só por precaução é bom que o ministério público investigue todos os contratos da empresa, junto aos governos em questão, para que não paire dúvidas sobre a lisura dos mesmos.
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