quinta-feira, 26 de julho de 2012
Prefeitos de Caririaçú e Abaiara denunciados pelo Tribunal de Justiça do Ceará
Os prefeitos de Caririaçú, José Edmilson Leite Barbosa (PSB), e Abaiara, Francisco Joaquim Sampaio, tiveram aceitas denuncias, junto as Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), nesta quarta-feira (25). Segundo informações da assessoria de imprensa do TJ-CE, outros cinco prefeitos do Estado também tiveram denuncias aceitas pelo órgão.
De acordo com o Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE), as denuncias se referem à dispensa de licitação, doações e contratações irregulares. Ainda segundo o MP-CE, os gestores teriam cometido crimes contra a administração pública.
Além dos prefeitos caririenses, foram denunciadas irregularidades nas administrações de Gilson José de Oliveira (Quixelô), Marcos Camelo Marques (Pires Ferreira), Araújo Marques Ferreira (Jijoca de Jericoacoara), Raimundo Melo Sampaio (Ipueiras) e Eliene Leite Araújo Brasileiro (General Sampaio).
O TJ-CE deve abrir processo contra os prefeitos e, caso, se confirme as denuncias os gestores podem ser afastados dos cargos.
No apagar das luzes
Na verdade, por mais que a justiça mereça aplausos pelos trabalhos realizados recentemente, é importante ressaltar a dificuldade em finalizar esse tipo de processo. Nos casos do Cariri, os dois prefeitos já estão na reta final dos mandatos e só agora foi feita a denuncia.
O prefeito de Caririaçú, Edmilson Leite, em 2006, teria repassado R$ 659.768,00 à Câmara de Vereadores, mas a quantia correta, segundo a Promotoria de Justiça, seria R$ 689.286,77. É claro, o prefeito se manifestou pela improcedência da denúncia. Mas, veja que o ato aconteceu em 2006, ou seja, há 6 anos atrás.
No caso de Joaquim Sampaio, prefeito da Abaiara, o tempo é ainda maior. No ano de 2004, o gestor não remeteu a prestação de contas mensal do município no prazo legal, além de não realizar licitação para locação de veículos e promoção de shows, entre outros. Um verdadeiro festival de irregularidades. Mas, apenas 8 anos depois, ele é denunciado.
O que a sociedade espera é que os gestores que cometem irregularidades sejam punidos com mais celeridade. Puni-los no apagar das luzes de seus mandatos é passar a impressão de que o crime compensa. É claro que reconhecemos o esforço desses profissionais, como, também, entendemos que eles são poucos e que precisam de ajuda. O governo precisa contratar conforme o aumento da demanda. E isso não é apenas na justiça. A educação, por exemplo, precisa urgentemente de mais professores e melhores salários. A sociedade cresce, mas o poder público não acompanha.
Certo mesmo, é que agora o Tribunal de Justiça começa a investigar e isso ainda deve levar um tempo para ser concluído; ou seja, corre-se o risco desses prefeitos terminarem os mandatos antes da punição. Esse não é o Brasil que queremos, mas, é o Brasil que temos.
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