No ofício o vereador fala da existência de casos de insultos e agressões por parte da secretária que, segundo ele, seriam premeditadas com intuito de ser agredida para se passar por vítima e “promover uma caminhada pela paz”.
O vereador finaliza lembrando a ida da secretária a casa da sua mãe e que, caso o fato se repita, a secretária “terá o que a tempo está querendo, pêa.” O ofício, assinado pelo vereador, foi enviado no dia 13 de agosto e recebido no dia 27 de agosto pela primeira-dama.
Difícil de reagir
Quando achamos que já vimos de tudo, eis que a campanha política nos surpreende novamente. Esse fato, realmente, é de estarrecer. Oficializar uma ameaça e com papel timbrado da Câmara é, realmente, inimaginável. Chego a ficar sem reação.
Ultrapassamos o limite do aceitável; do imponderável. Isso, realmente, abala a nossa crença num futuro de políticos sérios e comprometidos com as causas populares. O espaço da campanha é para debater com a comunidade projetos e ações que venham a beneficiá-la mais tarde.
Mas, a nossa realidade ainda é outra. Os três meses de campanha ao invés de ser um fórum de debates, acaba se transformando num amontoado de propaganda enganosa, que jamais serão cumpridas, e um processo que mais parece, para parafrasear um adágio popular: um “samba do crioulo doido.” Nele as pessoas perdem a noção do ponderável; do respeito ao próximo e da dignidade humana. O poder acaba falando mais alto.
Eleição é uma disputa. Mas, também, é bom lembrar que não vale a vida. É preciso ter equilíbrio e controle próprio. Aceitar insultos, sem rebatê-los é o primeiro passo para uma campanha sem violência. Afinal, o processo eleitoral deve ser um espaço saudável de disputas de boas ideias, não um ring de luta.
Esse caso de Caririaçu é digno de intervenção policial. Ficamos apenas na torcida que seja o último e que a campanha em Caririaçu transcorra na paz.
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