segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Distribuição de dinheiro com eleitores é denunciada na Justiça Eleitoral de Caririaçú


A coligação “Agora é a Vez do Povo”, que tem a frente o candidato João Marcos (PMDB), ajuizou uma investigação judicial eleitoral contra os candidatos do PSB, Acácio Leite e Pedro Vieira. A coligação acusa a chapa liderada pelo PSB de distribuição de dinheiro com eleitores em via pública.

Segundo a denuncia, no dia 5 deste mês, durante uma carreata na Avenida Cachimbão, familiares dos candidatos e até o atual vice-prefeito do município estavam distribuindo dinheiro abertamente com as pessoas que participavam do evento.

A ação tomou por base um vídeo feito no momento da carreata, onde é possível ver e identificar claramente algumas pessoas distribuindo dinheiro com quem participava do evento político. Segundo os advogados da coligação “Agora é a Vez do Povo”, o fato significa abuso do poder econômico em detrimento da liberdade do voto.

Na ação entregue na justiça de Caririaçú, na sexta-feira (17), ao juiz da 71ª zona eleitoral, são citados o filho do candidato do PSB, Acácio Leite, conhecido por “Acacinho” e um sobrinho identificado por “Robertim”.

Segundo consta na denúncia, o atual vice-prefeito, Luiz Pereira Tavares, supervisionava a distribuição do dinheiro. O vídeo foi postado na internet e encaminhado a vários órgãos de imprensa do Cariri, como prova das denuncias feitas pela coligação do PMDB.

Cultura do atraso

Infelizmente, essa é uma prática corriqueira em processos eleitorais no Brasil. E para piorar a justiça declarou recentemente que a doação de gasolina não é ato ilícito em campanhas eleitorais. Tudo bem, se fosse gasolina. Mas, o problema é que é dinheiro vivo. É a lei é clara quando diz que o candidato não pode beneficiar o eleitor com qualquer valor financeiro e benefícios que possam sugerir troca por voto.

Quando a justiça diz que distribuir gasolina é aceitável, abre um precedente enorme para outras práticas. O que precisamos é tolerância zero com qualquer benefício que possam ligar candidatos e eleitores que não seja o debate de propostas. As pessoas não podem decidir o voto, incentivados ou induzidos por benefícios. Isso não é democracia.

Mas, para resolver esse caso, precisamos de mais que fiscalização e decisão coerente da justiça. Nós precisamos de uma nova consciência dos políticos e eleitores para que entendam que isso não é jogo; que basta ter bandeira nas ruas e muita gente contratada, para ser um bom candidato. O que está colocado, nesse momento, é um debate sobre futuro das pessoas e elas estão escolhendo um candidato como quem torce por um time de futebol.

O que precisamos é que saía, o mais rápido possível, a reforma política. “Talvez”, com o financiamento público de campanha essa desigualdade financeira entre os candidatos possa diminuir, dando possibilidades iguais, privilegiando a vitória do melhor debate.

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