terça-feira, 16 de outubro de 2012
Disputa para chapa majoritária de 2014 começa entre os aliados no Ceará
Mesmo antes de terminar as eleições municipais, já são muitas as discussões nos bastidores sobre a montagem da chapa majoritária entre os três maiores partidos da base aliada dos governos Cid e Dilma no Ceará. Nomes como Cid Gomes, Luizianne Lins, Eunício Oliveira, José Guimarães e Leônidas Cristino, são alguns dos mais comentados quando o assunto é a disputa de 2014 no Ceará.
O deputado federal José Guimarães (PT), sai na frente e já coloca a possibilidade de disputar uma vaga na chapa majoritária; seja ao Senado, Governo ou vice. Dentro do próprio PT, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, também, se coloca como opção a disputa.
O PSB de Cid e Ciro, quando se fala em disputa majoritária, é muito especifico em apontar Leônidas Cristino, como preferência a disputa do governo do Estado. Além do próprio nome de Cid, também, ser cogitado a vaga do Senado. Leônidas tem a preferência, mas deve enfrentar, além do nome vindo do PT, a indicação do PMDB de Eunício Oliveira que, segundo informações, seria o próprio Eunício.
Coincidência ou não, PSB, PT e PMDB estão entre os cinco partidos com o maior número de prefeitos eleitos neste ano, o que, os credencia para disputa.
Pelo bem da democracia
Pode parecer estranho, mas pelo bem da democracia e melhor que haja o rompimento. Esses três partidos, juntos, cresceram de uma forma incontrolável e se permanecerem unidos, possivelmente, nem haverá disputa. Entre os 28 partidos que disputaram essas eleições, o quinteto: PSB, PT, PSD, PMDB e PRB, elegeram 123 dos 184 prefeitos. PSB, PT e PMDB, fizeram 86 e mais a capital que ficará entre eles. E, vale salientar, podem aumentar esse número após as definições dos municípios ainda sob judice.
Quem poderia ameaçar essa aliança, hoje, no cenário estadual? PSDB e DEM, adversários históricos, estão mais preocupados em juntar os cacos e totalmente sem forças para disputa. O PSD, terceira força com a conquista de 25 prefeituras, ainda está em formação e tem a maioria das suas lideranças em dúvidas sobre que caminhos seguir. O PRB, também teve um crescimento resultante do esfacelamento de PSDB e DEM e deve seguir o mesmo caminho do PSD. PSOL e PSTU, ainda não conseguem agregar em sua volta, lideranças que assimilem seu projeto. Então nesse quadro, com os aliados juntos, a continuação desse projeto, que começou em 2006, dificilmente sofreria uma derrota.
Mas, esse mesmo quatro pode ter algumas variáveis. O PT é o primeiro partido que dá sinais de rompimento. Além dos constantes atritos entre os irmãos Cid e Ciro com a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, agora o deputado federal e uma das maiores lideranças do PT na atualidade, José Guimarães, tem sido bem claro quando projeta seu futuro político, não abre mão de estar na chapa majoritária.
Guimarães foi um dos principais interlocutores da coligação PT-PSB nas eleições de governo do estado em 2006, prefeitura de Fortaleza em 2008 e, novamente governo do estado em 2010. Segundo pessoas bem próximas ao deputado, isso o faz avaliar que chegou a hora de ir para disputa, com ou sem aliança. Para isso, conta com o bom desempenho do PT nas eleições municipais, e pode ficar melhor se ganhar Fortaleza, além das forças do Lula e da Dilma.
Na outra ponta, bem mais alinhados, está o PMDB de Eunício, que tem a vice do Cid, e disputa a vice de Fortaleza ao lado de Roberto Cláudio, e o PSB do Cid que pretende manter a hegemonia do seu grupo com a indicação de Leônidas Cristino. Resta saber se Eunício pretende permanecer como senador ou discutir a vaga ao governo.
Apesar de ter feito a maior parte das prefeituras, o PSB, perdeu apoio no interior, principalmente, pela ausência do governador nas campanhas. Já o PMDB, mesmo tendo feito o menor número de prefeituras, entre os três, elegeu prefeitos nos dois maiores municípios do Cariri (Crato e Juazeiro).
É claro que, entre PMDB e PSB, ainda existe outro lado. A prefeitura nas mãos do PSB pode ser o principal argumento para a indicação ao governo vir do PMDB, com o PSB na vice. Tudo pode acontecer nessa disputa, mas é pouco provável saírem separados.
O quadro deve se desenhar com mais clareza com a definição de quem fará a prefeitura de Fortaleza. A força da capital deve direcionar os caminhos da aliança. Mas, uma coisa é certa, o ambiente entre PT e PSB não é dos melhores e, esse clima, com aliança ou não, deve se manter a caminho de 2014.
Agora, o único caminho para manter a base unida, sem complicações, é a montagem de uma chapa que contemple os três partidos. Por exemplo, PMDB na cabeça, PT no senado e PSB na vice. Chegou a hora de alguém ceder.
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