quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Jardim-CE: Salários atrasados, transporte escolar paralisado, demissões em massa e a população vivendo o caos
O município de Jardim vive um verdadeiro caos administrativo. Há três meses os servidores não recebem salários; no último mês o transporte escolar foi paralisado por falta de pagamento; além de um clima de tensão, vivido pelos servidores, com as constantes demissões.
Segundo país de alunos, eles estão sendo prejudicados duplamente. Seus filhos estão sem poder ir a escola, o que, acaba comprometendo o recebimento do Bolsa Família, já que, o programa exige frequência para liberação do recurso.
Outro problema é a falta de água. Em distritos como a Fazenda Nova, os moradores já fazem cota para comprar bombas, pois a prefeitura não consegue mantê-las funcionando e a população sofre com a sede.
Existe ainda, denuncias de irregularidades em obras inacabadas e pagamento de funcionários de um clube particular com recurso público. Com relação às demissões, só na última semana, foram cerca de 500 servidores exonerados.
Movimentos e denuncias
Na segunda-feira (10), enquanto os vereadores votavam a implantação do Sistema de Previdência Municipal, o Sindicato dos Servidores mobilizou um grande número de funcionários efetivos e ocupou a sessão da Câmara Municipal para cobrar providencias. Mas, nada foi definido.
O Ministério Público, através da Procap, foi acionado. Na denuncia, destinada ao procurador Maurício Carneiro, foram colocadas situações como falta de remédio na Farmácia Popular, falta de merenda escolar, falta de material e merenda para os CRAS, apesar de estarem licitados, além de profissionais de fisioterapia e fonoaudiologia, entre eles parentes do atual prefeito, que ganham para trabalhar um expediente de 8h00, mas, segundo a denuncia, não trabalham nem a metade disso.
Em fiscalização feita em janeiro e fevereiro de 2011, a Controladoria Geral da União (CGU) constatou irregularidades na aplicação dos recursos federais repassados aos programas Pnae, Pnate, PSF e Bolsa Família. As principais irregularidades foram percebidas na aquisição de alimentos, pagamentos indevidos, contratações ilegais, descumprimento de carga horária mínima, além de saques indevidos nas contas dos programas. Mesmo com a constatação das denuncias pela CGU, até agora, nada foi feito.
O caos político
Tudo isso pode ser explicado no caos político que passa o município de Jardim nos últimos anos. O ex-prefeito Fernando Luz, eleito em 2008 para o quarto mandato, e cassado antes da metade, por compra de votos, já governa o município a cerca de 20 anos.
Com sua saída em 2010, houve nova eleição. Antes, assumiu a oposição que, então, detinha a presidência da Câmara. E três meses foram o suficiente para que Polícia Federal comprovasse graves irregularidades. Com a eleição suplementar ganhou seu sobrinho, Antônio Roriz, o Rorizinho, que acabou não tendo o apoio para a reeleição.
Em 2012, sem confiança no sobrinho, Fernando Luz, indicou a mulher Analeda Luz que venceu a eleição e deve assumir em janeiro de 2013. Ou seja, Fernando Luz, deve permanecer no poder por mais 4 anos, por internédio da sua mulher.
Eleição custa caro e em Jardim, nós últimos quatro anos, já tivemos três para prefeito. É caro para o governo federal e, mais ainda, para os candidatos. Alguém tem que pagar a conta. Basta ver, a atual situação do município.
Certo mesmo de tudo disso, é que a população continua sem opções em Jardim. De um lado um líder que governa há 20 anos e não consegue resolver os problemas mais básicos do município. Mas, por outro lado, não encontra nenhuma segurança na oposição que, na única oportunidade que teve, já foi envolvida em ilegalidades. Na verdade, Jardim precisa urgente de uma renovação total.
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