Os dirigentes nacionais do PSDB se anteciparam e lançaram o nome do ex-governador de Minas Gerais, atualmente senador, Aécio Neves, como pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2014. O lançamento aconteceu durante o encontro dos prefeitos ontem, segunda-feira (03), em Brasília.
Mesmo reticente e temeroso de enfrentar desgastes com a antecipação, Aécio Neves se curvou às manifestações de apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra. Aécio Neves declarou-se honrado e disse que sua candidatura será lançada oficialmente no início de 2014.
Durante seu discurso o ex-presidente Fernando Henrique voltou a bater nos petistas e nas ações do Governo Federal. Já Aécio, disse estar pronto e o povo cansado com o que está acontecendo. Para Aécio o PT abriu mão de administrar o Brasil em troca de um projeto de governo.
Perdido por um, perdido por mil
Na verdade, o PSDB não tem muito que fazer. É a velha história do perdido por um, perdido por mil. O problema é que uma candidatura lançada tão cedo, corre o risco, quase certo, de virar alvo dos adversários. Com Aécio não será diferente. A não ser que ele não represente ameaça nenhuma ao atual projeto de poder.
O próprio Aécio disse em seu discurso que o PT deixou de administrar em troca de um projeto de governo. Não entendi a afirmação já que não se administra bem sem um bom projeto de governo. Agora, se ele tivesse falado de projeto de poder, o que é bem diferente, então eu concordaria com ele. Mas, concordaria também que todos os partidos que chagam ao poder trafegam nas duas vias. Tanto querem governar bem, quanto querem se manter no poder. E esse é objetivo de todos sem exceção.
Agora, um fator que deve ser colocado para analise dessa antecipação do nome de Aécio é o medo do PSDB em perdê-lo. Aécio perdeu força e notoriedade depois que deixou o governo de Minas. A queda foi promovida pelo fraco desempenho do PSDB no Congresso. Aécio, única esperança tucana de voltar a crescer, já estaria sendo pretendido por várias outras siglas como PMDB, PSB e, até, o próprio PT. Portanto, a antecipação pode ter sido a tática do: amarrar antes de perder. O problema é que, tanto pode amarrar, quanto pode queimar.
Outro fator que deve ser considerado é que o momento Aécio já passou. Aécio era o melhor nome do PSDB para enfrentar Dilma na transição do Lula. O grupo que domina o PSDB – ao qual fazem parte FHC, Geraldo Alckmin e Tasso Jereissati – preferiu o nome, já desgastado de Serra. Perdeu a eleição e mergulhou na maior crise de sua história.
Em pouco menos de dois anos teremos eleições. E se o PSDB perder a eleição presidencial e, também, for derrotado em São Paulo, a tendência é a extinção tucana. Se Aécio salvará a pátria tucana? Difícil imaginar com a atual popularidade em baixa e com esse discurso moralista. Afinal, moral não é o forte nem do PSDB nem do PT. Mas, a popularidade de Dilma, hoje, supera qualquer julgamento moralista.
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