Artigo publicado na edição desta quinta-feira (3) do jornal O Globo, e assinado pela jornalista Cleide Carvalho, analisa a posse do ex-presidente do PT, José Genoíno, na Câmara dos Deputados, como legal do ponto de vista jurídico, mas ilegítima do ponto de vista ético.
Ouvido pelo jornal, o filósofo Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia da Unicamp, afirma que é uma contradição que uma pessoa condenada por infringir a lei seja empossada no Legislativo, na função de legislador. Genoíno foi condenado no julgamento do mensalão e tomou posse ontem, quinta-feira (03).
Uma questão cultural
Na verdade, estamos diante de caso, como diz a jornalista Cleide Carvalho, de legalidade em confronto com ética política. Genoino não precisava voltar ao holofote e enfrentar mais esse desgaste. A simples posição de não aceitar o cargo, poderia deixá-lo melhor avaliado no conceito da população.
Mas essa, não é só uma questão ética. Ela é um problema da cultura política do País. Vejamos o caso de Genoino. Ele assumiu o seu sétimo mandato, são mais de duas décadas de poder. Ou seja, para ele a política já virou profissão e isso não é bom para a democracia.
A democracia do parlamento deve ser um campo de muitas cabeças com constantes renovações, mas o que percebemos é um grupo de deputados que não saem do poder e fazem do cargo público uma conquista pessoal e querem se perpetuar no poder.
Genoíno, já deu sua colaboração, vale salientar, valorosa quando esse País lutava pela democracia, mas, também, já deu sua parcela de vergonha ao se envolver num dos maiores escândalos políticos que o Brasil já viu. Então chegou a hora de se recolher e deixar que outros deem a sua contribuição seja ela negativa ou positiva. O importante é que haja o revezamento e o confronto de ideias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário