Terminou na quinta-feira (06), o longo e desgastante processo em que tramitou o projeto que altera o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos professores de Juazeiro do Norte. Com apenas quatro votos contrários, a Câmara rejeitou, em duas sessões, todas as emendas propostas e aprovou o projeto na integra.
O projeto de autoria do executivo retira direitos, promove redução salarial e aumenta a carga horária; além de sugerir que os professores readaptados ou afastados por motivos de doença, percam o adicional de regência de classe, ou seja, 40% a menos do salário.
O dia deve ficar marcado pela contundência com que agiu a polícia e a firmeza com que protestaram os professores. Durante a apresentação e votação das emendas e do parecer da Comissão de Constituição e Justiça, os manifestantes não pararam de gritar palavras de ordem e fazer apitasso.
Na tentativa de controlar os ânimos e evitar o confronto, os policiais usaram spray de pimenta, o que, acabou ocasionando desconforto e muitas pessoas tiveram que ser retiras do local, inclusive, a vereadora Mara Torres (PPS) que passou mal.
Após a votação, uma verdadeira multidão continuou em frente a Câmara e na rua São Pedro, proximidades à espera dos vereadores favoráveis ao projeto. Ovos e gritos de traidores e quadrilha, não faltaram. Depois de ficar sitiados, por quase três horas, os vereadores conseguiram deixar as dependência do prédio escoltados e protegidos pelos escudos dos policiais.
O clima de guerra ocasionou revolta, choro e discursos embasados na continuação da luta. Para o vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juazeiro (Sisejun), Marcelo Alves, o que aconteceu foi um ataque aos direitos dos servidores. Segundo Marcelo, a partir do resultado da votação, o sindicato vai se organizar para criar estratégias para impulsionar a greve e tentar demover a administração da ação que afeta toda a educação pública de Juazeiro.
Como avaliaram os vereadores
O presidente da Câmara Antônio de Lunga (PSC), disse que apenas fez o que deveria ser feito na sessão passada e foi suspensa por falta de segurança. Quanto as reclamações dos vereadores contrários ao projeto de não havia condições de debate sobre o tema, o presidente afirmou que existiam plenas condições e que os vereadores não quiseram debater, por estarem prestando atenção na platéia.
Para Gledson Bezerra (PTB), a votação foi atropelada, e o que fica é a perda irreparável para a sociedade. A vereadora Rita Monteiro, considerou o tratamento da polícia um desrespeito aos professores e aos vereadores.
Tarso Magno (PR) lamentou a impossibilidade para defender e/ou justificar as emendas, já que, com o resultado, segundo seu entendimento, os educadores de Juazeiro do Norte saem perdendo.
O vereador Cláudio Luz, considerou a votação absurda porque não existia condições para fazê-la. Para o vereador, a questão do ataque a educação não é só o projeto e, sim, o fechamento de escolas, merenda escolas que não chega aos alunos. O vereador desabafou fazendo a defesa da anulação da sessão pelo judiciário, já que, segundo ele, a sessão não obedeceu o regimento interno.
Os vereadores que a favor do projeto não quiseram se manifestar. Já os opositores, devem conversar para encaminhar à justiça pedido de anulação da sessão. O mesmo deve acontecer com o sindicato.
Como votaram os vereadores
Contra: Cláudio Luz, Tarso Magno, Gledson Bezerra e Rita Monteiro.
A Favor: Ronnas Motos, Antônio Cledmilson, Sargento Firmino, Sargento Nivaldo, Danty Benedito, Claudionor Mota, Bertran Rocha, Capitão Vieira, Zé de Amélia Júnior, Preto Macedo, Adauto Araújo e Didi de Amarílio.
Se retiraram: João Borges, Mara Torres (passou Mal) e Zé Ivan Leiteiro.
Faltou: Darlan Lobo.
OBS: O presidente da Casa só vota em caso de empate.
Nenhum comentário:
Postar um comentário