O vereador Amadeu de Freitas teria cometido o maior e mais repudiado dos crimes eleitorais; a compra do voto. Essa é a denúncia que o Jornal do Cariri recebeu na última semana através de uma gravação do eleitor cratense, Sr. Jânio Carlos, que teria recebido vantagens, junto com filha, para votar no, então, candidato a vereador Amadeu de Freitas (PT), na eleição de 2012, e na ex-vereadora Mara Guedes (PT) na eleição de 2008.
Segundo o denunciante, os dois distribuíram dinheiro, algo em torno de R$ 100 e R$ 150 reais, além de botijas de gás, remédios e pagamento de contas de água e luz. O Sr. Jânio é morador do conjunto Novo Crato, base eleitoral da ex-vereadora Mara Guedes, e disse que durante a abordagem, os dois chegam como quem não quer nada, mas findam comprando os votos.
Sobre os motivos da denúncia, Sr, Jânio disse que não estava com a consciência tranquila e, também, teria ficado chateado com a voracidade da disputa interna do partido, principalmente, quando Amadeu e Mara, segundo ele, teriam feito acusações mentirosas contra o ex-candidato a prefeito pelo PT, Valdetário Brito. “Eles acusavam Valdetário de um lado e do outros faziam negocio errado,” disse.
Sobre possíveis represálias e/ou processos, o denunciante diz não ter medo. “Se for chamado, tenho como provar o que estou dizendo. Até minha filha recebeu dinheiro,” argumenta. Sobre o PT, o Sr. Jânio chegou a fazer uma avaliação da existência de dois partidos, um rico e outro pobre. Para ele, quem tem dinheiro é eleito e quem não tem perde.
Durante a gravação, o denunciante observa ainda, que Mara e Amadeu deveriam seguir o exemplo de Dilma e Lula que, segundo ele, não compram voto e se elegerem. Ao final, sobre o ato de vender o voto, Jânio Carlos, aconselha que os eleitores não façam isso para não eleger um vereador que não trabalha pelo povo.
Amadeu e Mara se defendem
O vereador Amadeu de Freitas foi procurado para comentar as denúncias e afirmou não conhecer o denunciante. Ele fama a atenção para o fato de que as denúncias chegam no momento em que pede investigação sobre possíveis compras de votos de vereadores para desaprovarem as contas do ex-prefeito Samuel Araripe (PHS).
Quanto ao teor da denúncia, Amadeu considerou absurda. “Nunca usei desse expediente. Nunca comprei, nem aliciei eleitores,” disse Amadeu ressaltando que, caso o denunciante queira denunciar que vá a justiça. “Se tem provas que vá a justiça. Na verdade, a denuncia quer colocar em xeque minha idoneidade. Mas, apesar de tudo, é importante que o denunciante prove o que diz,” finalizou Amadeu.
A ex-vereadora Mara Guedes, também procurada da comentar, disse conhecer o eleitor e sua filha, a quem, segundo a ex-vereadora foi remunerada para trabalhar como bandeirista durante a campanha de 2012. “Ela ganhava R$ 150 reais por quinzena, mas trabalhava e tudo está documentado,” disse Mara.
Segundo Mara, a denúncia é motivada por uma questão pessoal, já que, ela enquanto vereadora observou em várias reuniões da comunidade a qual faz parte que havia pessoas invadindo terrenos e vendendo ilegalmente. “Ele sabia que uma das pessoas era ele, e que eu sabia,” finalizou Mara.
O PT sabia de tudo
A executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores do Crato, reunida em 15 de outubro de 2012, após o resultado da eleição municipal, discutiu vários pontos. Entre eles, infidelidade partidária e denúncias de compras de votos por candidatos petistas.
O Jornal do Cariri teve acesso a Ata da reunião, onde as denúncias iniciam pelo presidente do partido José Raimundo (JR). O presidente fala sobre infidelidade de alguns filiados. A secretária geral do partido, professora Delma Torres, disse que não concordava com a “caça às bruxas”. E que, o mais preocupante, seriam os casos de denúncias de compras de votos por candidatos petistas.
A secretária geral, falou que deveria haver punições para o crime eleitoral da compra de votos. “Os comentários são que alguns candidatos do PT andavam de moto durante a noite em bairros da cidade acordando as pessoas para comprar votos. Outros entregaram R$ 10 mil para companheiros comprarem votos, outros pagavam contas de luz e outros entregavam cestas básicas”, diz o texto da Ata, se referindo a fala da secretária.
O presidente JR, ligado ao vereador Amadeu de Freitas e Mara Guedes, disse na reunião que concordava com Delma e que era do interesse do partido resolver o problema. Até hoje, nenhuma sindicância ou comissão investigativa foi aberta para averiguar as denúncias. A única punição foi dada ao professor Roberto Oliveira por infidelidade partidária.
Todas as outras denúncias foram abafadas pela atual direção do partido. O detalhe é que Roberto Oliveira pertence a um grupo contrário ao do presidente e do vereador Amadeu.
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