Motivado pelo ofício do juiz Gucio Carvalho, titular da 2ª Vara Civil de Juazeiro do Norte, solicitando posicionamento do Poder Legislativo sobre a eleição dos cargos em vacância na mesa diretora, o presidente interino da Câmara, vereador Darlan Lôbo (PMDB), acabou fazendo uma série de acusações ao final da sessão extraordinária da quarta-feira (18).
Darlan disse que o pedido de eleição para a mesa, junto à justiça, solicitado pelo vereador Tarso Magno (PR), é uma estratégia para preservar o nome do vereador Capitão Vieira (PTN). Ainda, segundo Darlan, as 14 assinaturas presentes no pedido de liminar foram articuladas pelo próprio Capitão Vieira, o que denota interesse pessoal.
O presidente interino definiu a articulação como um esquema montado entre parte do legislativo e o executivo para destituir a atual mesa diretora. Darlan citou como responsáveis pela articulação, além dos vereadores Capitão Vieira e Tarso Magno, o vereador Gledson Bezerra (PTB); e mais o presidente afastado Antônio de Lunga (PSC), o prefeito Raimundo Macedo (PMDB) e o seu filho, empresário Mauro Macedo.
Outro fato citado por Darlan, como exemplo do esquema, foi que as cartas renúncia dos vereadores Antônio Cledmilson (PSD) e Adauto Araujo (PSC), foram entregues pelo advogado Paolo Gurgel. Para Darlan o advogado estava a mando do prefeito. “Isso é um esquema pesado para me tirar do poder. É tão grave que o Ministério Público deve investigar,” disse Darlan, ressaltando que vai contestar as renuncias na justiça.
Procurado para comentar as acusações, o vereador Capitão Vieira disse que espera apenas que seja cumprido o Regimento Interno que determina nova eleição para o caso em questão. “Não sou homem de esquema. Se alguém está fazendo esquema, esse alguém é o presidente interino que tenta se manter no poder a qualquer custo,” disse Vieira.
Sobre uma possível candidatura, apesar de vários parlamentares o apontarem como um dos nomes na disputa, o vereador disse que ninguém se lançou e que a discussão no momento é sobre a viabilização da eleição. “Caso ele (Darlan) queira continuar presidente é só se candidatar e ganhar a eleição,” finalizou Vieira.
Os vereadores Gledson Bezerra e Tarso Magno, disseram se tratar de uma questão técnica e regimental. “Sou um defensor do cumprimento do regimento. Fiz isso em várias ocasiões, inclusive, quando o recesso foi antecipado pelo atual presidente,” disse Gledson. O vereador Tarso Magno, ressaltou que não existe chapa fechada e que se elege cargo a cargo. “Darlan é que quer dar um golpe por não se submeter a eleição. Ele é primeiro vice-presidente, não presidente. O cargo de presidente está vago e deve ser escolhido novo nome,” disse Tarso.
Quanto as acusações de Darlan, sobre um esquema para tirá-lo da residência, o vereador tarso Magno lembrou que quem entende de esquema é o presidente interino. “Ele fez esquema para eleger Antônio de Lunga presidente. Agora é fato que o regimento não dá direito a ele de permanecer na presidência nessa situação,” finalizou Tarso.
Também procurado, o prefeito Raimundo Macedo não foi encontrado para comentar as acusações. Mas, em entrevistas recentes, inclusive, ao Jornal do Cariri, o prefeito tem ressaltado que não interfere nas questões da Câmara.
Segundo a notificação a Câmara tinha 78 horas para se pronunciar. A resposta da Casa com o parecer da sua procuradoria foi entregue na terça-feira (24), último dia do prazo, e esclareceu que a eleição é uma questão regimental e que o parlamento juazeirense deve resolver internamente.
Como a justiça entrou em recesso na sexta-feira (20), o posicionamento do juiz Gucio Carvalho sobre a resposta da Câmara deve acontecer somente em janeiro de 2014.
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