Depois de um bate-boca entre parlamentares, o presidente interino da Câmara de Juazeiro do Norte, vereador Darlan Lobo (PMDB), acabou encerrando a sessão ordinária, dessa terça-feira (10) e cancelando uma sessão extraordinária para o mesmo dia, solicitara pela liderança do governo, para votar projetos de interesse do executivo.
A discussão foi gerada após a entrada de três requerimentos polêmicos e mais os pedidos de renúncia por parte de três membros da mesa diretora. Os requerimentos solicitando a instalação de nova Comissão Processante para investigar as ações administrativa do presidente afastado, vereador Antônio de Lunga (PSC), nova eleição para a mesa diretora, após a vacância dos cargos, o pedido de nulidade da sessão que absolveu o presidente afastado, baseado na quebra do sigilo do voto; e mais o pedido de renúncia do presidente afastado, foram encaminhados, pelo presidente interino para a procuradoria da Casa.
Darlan justificou que não tem segurança quanto aos tramites e, por isso, solicitou parecer da procuradoria. O presidente interino disse que o procurador tem o tempo que achar necessário para emitir o parecer. O fato acabou gerando polêmica entre os vereadores da base do prefeito Raimundo Macedo e a bancada de oposição.
Durante a sessão foram vários os momentos de tensão. Em um deles, o vereador Capitão Vieira pediu deliberação para o requerimento que pedia nova eleição para a mesa diretora, mas foi interrompido pelo presidente interino, Darlan Lobo, que chamou o vereador de apressadinho e pediu que ele esperasse o momento certo da sessão, quando da leitura dos requerimentos. Capitão Vieira pediu respeito ao colega.
Sobre o recomposição da mesa diretora, cobrada durante a sessão, necessária para a formalização de documentos da Casa, Darlan colocou para votação o preenchimento dos cargos de 2º e 3º secretários, vagos após aceita as renúncias dos vereadores Adalto Araújo (PSC) e Antônio Cledmilson (PSD).
A decisão não foi aceita e ouve bate-boca entre os vereadores Capitão Vieira e o presidente interino, Darlan Lobo, envolvendo os vereadores, quase numa discussão generalizada. O vereador Capitão Vieira chegou a pedir respeito no tratamento dispensado pelo colega e abandonou a sessão com outros três vereadores. O presidente interino acabou encerrando a sessão e adiando a discussão para a sessão de quinta-feira (12).
O pedido de nova Comissão
O novo pedido de Comissão Processante acusa o presidente afastado, vereador Antônio de Lunga, de estelionato, quebra de decoro, falta de ética parlamentar, peculato, apropriação indébita e corrupção passiva. O documento cita o art. 171 do código penal para enquadrar a denúncia. O pedido foi feito pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN), por meio do seu presidente municipal, Francisco Ricardo Moreira.
Ainda segundo o pedido, o presidente afastado montou um esquema de fachada com empresas fantasmas e emissão de notas frias. O documentou descreveu as atitudes como um “rosário de crimes”, cometidos pelo presidente afastado. Ao final, o documento propõe perda de mandato e reclusão de até 12 anos.
Normando se pronunciou sobre a situação da Câmara
Durante a sessão, o vereador Normando Sóracles fez pronunciamento sobre a crise enfrentada pela Casa. Segundo o vereador, tudo que se hoje poderia ter sido evitado. “Tudo poderia estar tranquilo se sete vereadores não tivessem aleijado o processo, negando as provas contidas nos altos,” disse.
Para Normando, existem sete laranjas podres, no que, chamou de mesmo saco, referindo-se a Casa Legislativa. “A Casa está infecta. Ninguém confia mais em ninguém. Há inclusive comentários de morte nos bastidores,” disse Normando.
Normando finalizou observando que se gasta verdadeiras fortuna nas campanhas e findam querendo tirar “no espinhaço do povo”. “Paga-se agiotas com dinheiro de vassouras e Óleo de Peroba,” desabafou o vereador, concluindo que a pressão no vereador Claudionor Mota foi tão grande, para assinar o pedido de nova eleição da Câmara, que ele ficou doente e faltou a sessão.
Em aparte o vereador Darlan Lobo, disse que o responsável pela pressão no vereador Claudionor foi o filho do prefeito, o empresário Mauro Macedo (Maurinho). Normando pediu que o prefeito Raimundo Macedo, não se metesse nos problemas da Câmara.
(Foto: Site Miséria)
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