O prefeito do Crato, Ronaldo
Matos (PMDB), vetou na última semana projeto do Legislativo que prevê a
ampliação dos espaços residenciais em áreas de proteção ambiental. O Projeto de
Lei (143/2013) altera a Lei Orgânica do Município que determina distância
mínima de 300 metros dos rios e afins, para a criação de espaços residenciais.
O projeto aprovado no dia 23 de
dezembro de 2013 na Câmara, acabou chamando a atenção e provocando o protesto
dos ambientalistas locais. O ex-secretário de Meio Ambiente do Crato, Nivaldo Soares de Almeida, explica que o projeto agride
as normas ambientais e o Plano Diretor da cidade. Outros ambientalistas
reclamam que a matéria foi aprovada sem uma ampla discussão com a sociedade
cratense.
O presidente da
Câmara, vereador Luiz Carlos (PSL), autor do projeto, disse que se baseou em
uma Lei Federal que determina entre 30 e 50 metros a distância de zonas
ambientais que podem ser transformadas em zonas residenciais. “Essas áreas são
de propriedades particulares. Acho injusto possuir uma coisa e não poder
usá-la,” disse Luiz Carlos, ressaltando que o veto pode gerar uma série de
ações pedindo a desapropriação e gerando uma responsabilização financeira ao
município.
As áreas em
questão estão nos perímetros das margens dos Rios Saco e Lobo, Palmeiral e o
Parque intermunicipal do Rio Salgado. O atual secretário de Meio Ambiente e
Controle Urano do Município, Stephenson Ramalho, se posicionou contrário a aprovação
do projeto. Para ele, as áreas são extremamente fragilizadas ambientalmente e
sua transformação em zonas residenciais pode trazer danos ambientais irreversíveis
ao município.
O que pensa o prefeito
Em entrevista ao
Jornal do Cariri, o prefeito Ronaldo Matos, destacou que essas são áreas que
sofrem influência dos principais rios que cortam a cidade do Crato. “Essas
áreas ficam, por um determinado tempo do ano, como brejo. Com certeza, a
aprovação trará transtornos aos futuros moradores do local,” disse Ronaldo.
Para Ronaldo, a
atual consciência ambiental da população, não permite esse tipo de decisão. O
prefeito citou exemplos como a atual Rua da Vala onde, explica ele, passa um
córrego e até hoje sofre transbordamentos com as chuvas. Outro exemplo
destacado pelo prefeito foi o canal do Rio Granjeiro. “Não podemos cometer os
mesmo erros do passado, por isso, vetei o projeto,” disse Ronaldo.
Sobre a
necessidade de espaços para o crescimento da cidade, Ronaldo ressaltou que o
Crato é grande o bastante para preservar suas áreas de proteção ambiental.
“Somos grandes. Temos quatro ou cinco vezes o tamanho de Juazeiro, por exemplo.
Não precisamos fazer isso para crescer. Ainda há bastante espaço,” argumentou o
prefeito.
Sobre os possíveis
problemas com a ocupação, Ronaldo destacou, além do prejuízo ambiental, a
fragilidade das construções, já que, seriam necessários aterros nas áreas,
hoje, pantanosas. “Com certeza, essas casas com o tempo iriam aparecer com
rachaduras pela instabilidade do solo. Sabendo disso é melhor evitar. É melhor
preservar!” avaliou Ronaldo.
A sessão do veto
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