Um grupo composto por professores, pais, alunos e sociedade organizada,
iniciaram um movimento para evitar o fechamento de salas ou turnos em escolas
na zona rural de Juazeiro do Norte. Na última terça-feira (14), o grupo acabou
forçando uma reunião com representantes da Secretaria de Educação de Juazeiro
do Norte (SEDUC), após a realização de protestos na Praça Juvêncio Santana.
Na reunião, foram discutidos os dois Termos de Ajustamento de Conduta
(TAC), assinados em julho e setembro de 2013, entre Ministério Público do
Estado (MP-CE), representantes dos movimentos sociais, professores, prefeitura
e Câmara Municipal. Os professores observam que as clausulas 4ª, do TAC
assinado com os professores da Escola Izaufran Moreira de Freitas, e 7ª do TAC
assinado na ocupação da Câmara, estão sendo descumpridas pela SEDUC.
Segundo as cláusulas, ficou definido que antes de qualquer ação tomada
pelo município, a Secretaria de Educação devia discutir com a comunidade e
demais representantes estudantis e professores, em data previamente agendada,
sobre a necessidade e a viabilidade do redimensionamento da rede escolar do município.
A discussão ficou prevista após o encerramento das matriculas e antes do
período letivo de 2014.
Durante a reunião, houve protesto de pais Sítio Taquari. Eles acusam o
município de tentar fechar a escola da comunidade e remanejar os alunos para a
escola do sítio dos Carás. Segundo os pais, não há perspectiva de transporte,
além disso, eles argumentam sobre a pouca idade dos alunos para percorrerem
tamanha distância.
O estudante João Barbosa, um dos lideres do movimento que ocupou a
Câmara Municipal em 2013, disse ser contra qualquer tipo de fechamento de
escolas, seja ela na zona rural ou urbana. Para o estudante o que há, na
prática, é uma super lotação das salas, o que, torna inviável a diminuição do
número de vagas.
O vereador Cláudio Luz (PT), acompanhou a reunião e ressaltou a
importância da união das comunidades para formar uma frente de resistência, ao
que chamou de política de ataque e desmonte da educação em Juazeiro. Para ele o
fechamento de turno é o inicio do fechamento das escolas.
O secretário de Educação, Geraldo Silva, disse que nada será feito com
imposição. Segundo o secretário, o pensamento é discutir as propostas com as
comunidades. Geraldo Silva ressaltou ainda que a decisão ficará a cargo das
comunidades, pois não há o pensamento de prejudicar as comunidades.
No dia 11 de janeiro as comunidades dos sítios Riachão, Vila 2000 e Pelo
Sinal, discutiram o assunto junto ao Sindicato dos Servidores Públicos
Municipais, onde reafirmaram o sentimento contrário ao redimensionamento e a
nucleação propostas pela SEDUC.
O movimento, que defende a permanência dos turnos nas escolas rurais,
divulgou nota afirmando que a atitude desfere mais um golpe contra a educação
pública de Juazeiro. Na nota o movimento, avalia que a mesma medida deverá ser
aplicada em todo o município num futuro breve e por isso, não aceitam a
política do município para a educação.
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