Denúncias de compra de voto e “sequestro” de vereadores, noticiadas nos
últimos dias na imprensa, para garantir maioria na eleição da nova mesa
diretora da Câmara de Juazeiro, motivou o pedido de adiamento do pleito. O
vereador Tarso Magno (PR), autor da ação que gerou a decisão judicial pela
realização da eleição, peticionou novo pedido de adiamento por 60 dias para que
as denúncias sejam investigadas.
O vereador Tarso Magno informou que o Ministério Público do Estado
(MP-CE) já ouviu, na segunda e terça-feira últimas, o presidente da Câmara,
vereador Darlan Lôbo (PMDB), que revelou a existência do aliciamento de alguns
parlamentares. Para Tarso, o presidente Darlan tem 60 dias para provar as
denúncias que fez ao MP.
O anúncio do adiamento foi feito pelo Darlan Lôbo, durante a leitura do
relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga
contratos de empresas prestadoras da prefeitura, na chamada “CPI do
Ar-condicionado”. A eleição, marcada por ordem judicial, para essa terça-feira
(04), primeira sessão ordinária de 2014, deve acontecer no próximo dia 3 de
abril.
A decisão causou polêmica entre os parlamentares. Os vereadores Capitão
Vieira (PTN) e Darlan Lôbo chegaram a bater boca sobre o mérito do adiamento, o
que, casou o encerramento prematuro da sessão.
Para o vereador Capitão Vieira, houve um claro descumprimento da ordem
judicial. “Não vejo motivo algum para não haver a nova eleição. Não foi
apresentado nada em contrário a decisão judicial. O que se viu foi uma manobra
para a não realização da eleição,” disse Capitão Vieira, ressaltando que deve
solicitar a gravação do áudio da sessão para enviar a justiça e serem tomadas as
providencias.
O presidente Darlan, justificou a decisão como sendo um acordo entre as
duas partes da ação que pedia o cumprimento do Regimento Interno e a realização
da eleição. Ele observou que essas partes, a presidência da Câmara e o vereador
Tarso Magno (PR), entraram em consenso para a prorrogação da eleição até que sejam
apuradas as denúncias de favorecimento em troca do voto.
Ainda, segundo Darlan, há o entendimento de que o juiz não pode pender
para uma das partes. “O juiz se baseia no pedido do autor da ação e na defesa
da parte mencionada. Então protocolamos hoje (terça-feira) uma petição ao
processo, onde as partes pedem o adiamento da eleição,” disse Darlan.
O vereador Gledson Bezerra (PTB), outro candidato a presidente, disse
concordar com o adiamento sob a justificava de não começar o ano de 2014 como
terminou 2013. Segundo Gledson a decisão aconteceu após uma profunda reflexão
sobre a importância da realização da eleição, mas com respeito às regras do
jogo democrático e republicano. “O papel da imprensa foi fundamental para essa
reflexão, já que, noticiou as denúncias do provável esquema. Agora é apurar as
denúncias e se forem verdadeiras que se punam os culpados,” finalizou Gledson.
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