Os advogados Leopoldo Martins e Daniel
Maia, que defendem o prefeito do Crato, Ronaldo Mattos, no processo que
investiga denúncias de extorsão para aprovar as contas do ex-prefeito Samuel
Araripe, desafiaram os representantes do Ministério Público, Raimundo Parente e
Lucas Azevedo, a apresentarem provas que remetam à participação do gestor
cratense no caso. “Quero apenas uma prova, não mais que isso, sobre o envolvimento
do prefeito no caso”, indagou Daniel Maia.
A reação dos advogados de defesa veio
após o anúncio, pelos representantes do MP, do encaminhamento da ação principal
do processo, durante entrevista coletiva, na última semana. A decisão dos promotores
vai de encontro à decisão do juiz da 1ª Vara Cível, José Batista de Andrade, que
determinou a cassação de
todas as medidas liminares e o
arquivamento do processo.
Para o advogado Daniel Maia, o MP-CE
está sendo usado pelo ex-prefeito Samuel Araripe, num processo sem provas e de
caráter estritamente político. “A ação tem caráter político. Tanto que as denúncias
contra o ex-prefeito Samuel Araripe não saem do canto. Enquanto isso, as denúncias
contra o atual prefeito andam a passos largos”, disse o advogado.
Segundo Leopoldo Martins, a ação é
fruto de muita pirotecnia inquisitorial. “Além de não ter provas materiais contra
os acusados, os promotores agem de forma precipitada. Eles consideram imprescindível
o resultado da quebra de sigilo bancário, no entanto entraram com a ação principal,
sem o resultado do julgamento dos embargos para ter acesso aos documentos. Isso
é estranho”, disse Leopoldo Martins.
Para ele, o Ministério Público é um órgão
imprescindível e sério, “mas, infelizmente, nesse caso particular do Crato, está
se estribando”. “Se baseando numa denúncia de um adversário político que tem interesses
eleitoreiros, com a finalidade de obter proveito para anular uma votação
legítima da Câmara do Crato”
MP quer investigar
A ação encaminhada ao juiz da 1ª Vara
Cível do Crato, José Batista de Andrade, denúncia o prefeito Ronaldo Mattos
(PMDB), o secretário de Governo, Rafael Branco, além de nove vereadores e mais
os empresários Laércio e Rivaildo Teles (Grupo Gentil), por improbidade,
extorsão e compra de votos para desaprovar contas de governo do ex-prefeito.
Sobre as provas materiais contra os
denunciados, o promotor Raimundo Parente afirmou, apenas, que elas existem e
destacou que ainda é necessário o acesso aos dados bancários, o qual considerou
uma prova material importante. “A prova principal é o sigilo bancário. Vamos
atrás dele”, disse Raimundo Parente, ressaltando que impetrou um Embargo de
Declaração solicitando os documentos.
Samuel investigado
Ainda durante a coletiva, o promotor
Lucas Azevedo declarou que o ex-prefeito Samuel Araripe também está sendo
investigado. O ex-gestor é acusado de tentativa de compra de votos para aprovar
as contas de gestão, na Câmara. Segundo o promotor, a diferença é que essa é uma
ação criminal. Sobre a denúncia, o vereador Luciano Saraiva (PSL) acusou o vereador
Amadeu de Freitas (PT) de ter recebido a quantia de R$ 100 mil para votar a
favor das contas de Samuel Araripe.
Segundo o promotor Raimundo Parente, o
ex-prefeito enfrenta, ao todo, oito investigações encaminhadas pelo Tribunal de
Contas dos Municípios (TCM). “Todas as denúncias estão sendo investigadas e, se
for o caso, vamos entrar com ações, tal qual fizemos hoje”, ressaltou Raimundo
Parente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário