A sessão da Câmara de Juazeiro do Norte,
dessa quinta-feira (03) foi marcada pelo bate-boca entre o vereador Tarso Magno
(PR) e o presidente da Casa, vereador Capitão Vieira Neto (PTN). No momento
mais tenso do debate o vereador Tarso Magno observou ao presidente que a Câmara
não era um quartel e que ele medisse as palavras enquanto estivesse à frente da
Casa.
A discussão foi motivada por uma
afirmação do presidente Capitão Vieira, ao comentar uma observação do vereador
Normando Sóracles (PSL). O vereador Normando ressaltou que a Câmara tinha
apenas 20 vereadores, já que, a suplente Auricélia Bezerra (PSL) não tomou
posse, após o afastamento do ex-presidente Zé de Amélia Júnior (PSL). O
presidente respondeu ao comentário dizendo que a Câmara tinha 20 e poderia
ficar com apenas 18.
Após a afirmação, Tarso Magno pediu que
o presidente explicasse, o que qualificou de ameaça. “A ameaça é dirigida aos
vereadores Normando e Alberto?” perguntou Tarso, pedindo que o presidente
falasse de forma mais clara. O presidente respondeu que não temia nada e que só
estava repetindo o que já se comentava nas ruas.
Em resposta, Tarso Magno retrucou que
também não tinha medo. Ele ressaltou ainda que na Câmara ninguém tem medo. “O
senhor precisa medir suas palavras enquanto estiver à frente desta Casa. Isso
aqui não é um quartel,” disse Tarso. O clima esquentou e o líder do prefeito,
vereador Sargento Nivaldo (DEM), pediu que fosse votado o necessário para que a
sessão fosse encerrada.
Antes, no início da sessão, o presidente
Capitão Vieira justificou que a suplente não assumiria porque havia encaminhado
a situação para assessoria jurídica da Câmara, pois não tinha segurança quanto
à legalidade da posse. Segundo a procuradoria da Câmara, a dúvida está em o
cargo estar vago ou não.
Para o procurador da Câmara, advogado
Róseo Augusto Jacome Alves, o regimento interno diz que o suplente assume em
caso de licença ou vacância. “Com relação à vacância o regimento diz que ela
acontece em situação de morte, renúncia ou perda do mandato por decisão tramitada
e julgada, o que, não fica claro na atual situação,” disse Róseo Augusto.
O vereador Gledson Bezerra que, também,
se pronunciou durante o debate, lembrou que o presidente Capitão Vieira,
conversou com alguns vereadores antes da sessão para fazer a observação e que
deveria esperar o parecer da assessoria jurídica para tomar a decisão.
“O presidente observou que no caso não
existe vacância ou licença. Ele peca em não explicar, deixar claro a todos que
acompanham a sessão. O que fiz foi apenas lembrar que na condição de presidente
ele tem dar essa satisfação,” disse Gledson.
Os vereadores suplentes
O vereador Normando Sóracles, suplente
do vereador Ronnas Motos (PMDB), disse que pensou, inclusive, em renunciar ao
cargo. “Pensei em renunciar para não ter que passar por isso. É como se
estivéssemos incomodando. Na verdade, me sinto como um peixe fora da água.
Confesso que a força de vários vereadores, como Tarso, Gledson... me fizeram
repensar,” disse Normando, ressaltando que não se sentiu ameaçado porque sua
saída é uma decisão da justiça e não da Casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário