Após nova derrota na Câmara Municipal, que derrubou proposta da mesa
diretora da Casa pedindo a anulação da sessão que desaprovou suas contas, o
ex-prefeito do Crato Samuel Araripe (PHS) protocolou ação de antecipação de
tutela, com pedido de liminar para anular, via Poder Judiciário, a mesma sessão
realizada em outubro de 2013.
A ação já havia sido anunciada pela defesa do ex-prefeito, através do
advogado Boaventura Filho, logo após a nova decisão da Câmara no último dia 8
de abril. Boaventura Filho observou que a ação estava pronta a espera apenas da
decisão da Casa Legislativa.
O que chama a atenção é a forma relâmpago como a ação foi encaminhada
dentro do Fórum Desembargador Hermes Parahyba. A ação foi protocolada no dia 16
de abril, às 8h06min. Às 8h11min a ação já estava apta para distribuição por
sorteio. Somente no dia 22 de abril, às 14h10min, a ação foi conclusa ao juiz.
O que chama atenção no tramite é que, segundo informações do próprio
fórum, somente a partir das 9 horas é admitida protocolo de entrada de ações.
Além disso, advogados usuários do fórum, que preferiram não fazer
pronunciamento público, ressaltam que o tramite do protocolo até a distribuição
leva, no mínimo, 24 horas. No caso do processo encaminhado pela defesa do
ex-prefeito o tempo foi de 5 minutos.
A ação se baseia em parecer técnico da assessoria jurídica e entrevista
do presidente da Câmara, vereador Luis Carlos (PSL). Segundo a assessoria
jurídica da Câmara é o seu presidente a sessão ocorreu com falhas. O principal
ponto de discordância da defesa do ex-prefeito, segundo Boaventura Filho, foi o
cerceamento do direito amplo de defesa durante o período que antecedeu a
votação das contas do ex-gestor.
Segundo Luis Carlos, no meio do processo, a Comissão de Finanças, recebeu
novas denúncias contra Samuel Araripe e, após informar ao TCM e o ex-prefeito, deu
10 dias para que ele se manifestasse. “No dia do julgamento das contas, o
ex-prefeito ainda tinha dois dias apara apresentação da defesa inscrita, o que
não foi respeitado,” disse Luis Carlos.
Segundo o presidente da Comissão de Finanças, vereador Pedro Alagoano
(PSB), os prazos foram cumpridos, já que, o julgamento se referiu as contas
enviadas pelo TCM, não sobre as novas denúncias. O vereador ressalta ainda que
o Regimento Interno não determina prazo e sim fala em “prazo razoado”. “Além
disso, o advogado de defesa do ex-prefeito subiu na tribuna, durante a sessão
em questão, e entrou no mérito. Portanto, ele exerceu o direito de ampla defesa
dado pela Câmara,” disse Pedro Alagoano.
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