Ainda sem conclusão, o inquérito que investiga a compra exorbitante de
material de expediente, limpeza e alimentos pela Câmara Municipal de Juazeiro
do Norte, em 2013, no caso que ficou conhecido como “escândalo das vassouras”, teve
mais um capítulo nos últimos dias.
Em poder da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças
Públicas, com sede em Fortaleza e sob responsabilidade do delegado da Polícia
Civil, Ronald Botelho Queiroz, o inquérito foi enviado à juíza Ana Raquel
Colares da 2ª Vara Cível de Juazeiro do Norte. A magistrada determinou o afastamento
dos vereadores por tempo indeterminado até a conclusão do processo penal.
No fórum, a informação é que a juíza Ana Raquel se encontra de licença médica
e o seu substituto, juiz Renato Esmeraldo Paz, deu vistas do processo ao
Ministério Público do Estado (MPCE). Outras informações, também, obtidas no fórum
dão conta de que o inquérito chegou com pedido de ampliação do prazo para a
conclusão das diligencias solicitadas pelo mesmo MPCE.
Procurados para falar sobre o caso, os advogados de defesa dos
vereadores não quiseram se pronunciar, já que, segundo um deles, o caso continua
sem definição por parte da justiça. A observação dos juristas é que até agora não
foi apresentada, sequer, denúncia contra os vereadores afastados Antônio de
Lunga (PSC) e Ronnas Motos (PMDB), presidente e tesoureiro, respectivamente, da
Câmara à época.
Mesmo sem pronunciamento público a defesa dos vereadores não esconde o
prejuízo aos parlamentares com a demora na conclusão do inquérito. Os
vereadores já estão afastados há mais de 200 dias, quando que decisões
semelhantes do Supremo Tribunal de Federal (STF) tem sido de no máximo 180
dias. Em decisões recentes, o STF tem avaliado que um afastamento por tempo
indeterminado se configura cassação indireta.
Sobre a ação de improbidade administrativa, já houve decisão da 8ª
Câmara cível do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), revertendo a decisão da
juíza Ana Raquel. No momento, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julga
recurso da defesa para um mandado de segurança contestando o afastamento.
A defesa impetrou ainda pedido de ‘habeas corpus’ junto ao Tribunal de
Justiça do Ceará (TJCE) que, segundo previsão, pode ser julgado até o fim deste
mês de maio. O pedido encontra-se 1ª Câmara Criminal, sob a responsabilidade da
Desembargadora Edna Martins. A magistrada voltou de férias no último dia 12
deste mês de maio.
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