A última sessão do primeiro período legislativo da
Câmara de Juazeiro do Norte em 2014, realizada nessa quinta-feira, 17 de julho,
foi marcada por discussões acaloradas e votações polêmicas. Os parlamentares
discutiram desde a atuação da SR Empreendimentos no Frigorifico Municipal, até os
assassinatos de três jovens infratores nesta semana dentro de uma instituição
de recuperação. Por falta de tempo ficou de fora o sumiço de parte do acervo do
Padre Cícero do Memorial que leva o seu nome.
A primeira grande polêmica veio com o requerimento do
vereador Alberto da Costa (PT), que pediu investigação sobre a atuação da empresa
SR Empreendimentos no Frigorifico Público Municipal. Segundo ele, recebeu
várias denúncias e reclamações de marchantes (comerciantes de carnes) da cidade
sobre a administração do Frigorifico e quando foi verificar “in loco” acabou sendo impedido de
adentrar no estabelecimento.
O vereador Darlan Lobo (PMDB) pediu destaque ao
requerimento, segundo ele, por entender que já existem vários requerimentos e
denúncias sobre a atuação da empresa em Juazeiro e que mais um seria perca de
tempo e desperdício de papel. Darlan avaliou que a Casa deve cobrar da justiça
uma resposta para as denúncias já encaminhadas.
O requerimento Foi apreciado pelo plenário que decidiu
pelo envio de forma unanime. O próprio vereador Darlan acabou votando
favorável. O presidente da Câmara, vereador Capitão Vieira (PTN), colocou a
assessoria jurídica da Casa a disposição para fazer uma cobrança ao judiciário
sobre as denúncias já encaminhadas.
Mais polêmicas
Outra grande polêmica ficou por conta do pedido de nota
de repúdio à Secretaria de Esportes, feita pelo vereador Adauto Araújo (PSC). Segundo
o vereador, o pedido foi motivado pela exclusão de 10 equipes do campeonato de
futebol rural.
O vereador Gledson Bezerra (PTB), sugeriu que a nota
fosse endereçada a Cadescor, entidade que congrega as equipes. Segundo o
vereador, a entidade é quem realiza o campeonato, não a Secretária. Para ele,
tudo ficou esclarecido com a vinda do próprio secretário, professor Antônio, quando
compareceu a Câmara para falar sobre o assunto.
Fazendo o contraponto a Gledson, o vereador Zé Ivan
(PTdoB), reforçou o pedido de Adauto, avaliando que a administração do
campeonato, com a destinação dos recursos, é de responsabilidade da Secretária,
portanto ela deve ser responsabilizada. Já o vereador Tarso Magno (PR), lembrou
que o próprio professor Antônio, responsabilizou a Cadescor e disse que as
equipes ficaram fora por questões documentais. O requerimento acabou sendo
rejeitado.
Outro momento polêmico e que colocou, inclusive, a base
do prefeito Raimundo Macedo (PMDB) de lados opostos, foram os dois pedidos de
vistas do vereador João Borges (PRTB). O vereador conseguiu a aprovação do
pedido para um projeto de doação de terreno em área verde do município, mas foi
derrotado em outro projeto, onde o líder do prefeito, vereador Sargento Nivaldo
(DEM), chegou a convocar a base para seguir seu voto.
Ambas as votações tiveram diferenças de apenas um voto.
O vereador pediu vistas aos projetos alegando que nenhum deles chegou ao seu
email para conhecimento.
Pronunciamentos
O vereador Gledson Bezerra, usou a tribuna para falar
sobre a chacina ocorrida nas dependências do Centro Sócio Educativo José
Bezerra, em Juazeiro do Norte, que vitimou três adolescentes. O vereador
observou que é prematuro penalizar qualquer pessoa pelo acontecido.
Segundo Gledson, o problema deve ser encarado com mais
atenção por parte das autoridades e voltou a cobrar a criação de Vara Especial
da Criança e do Adolescente em Juazeiro do Norte.
“Temos uma bomba chiando e só conseguiremos apagá-la,
com um trabalho sério de acompanhamento psicológico, um planejamento coerente
de melhoria da educação e remodelação do código penal. Do contrário, a polícia
continuará prendendo e vendo os infratores sendo soltos instantes depois ou, no
máximo, 45 dias após passagem pelo centro de recuperação,” disse Gledson.
O vereador Cláudio Luz que, também, usou a tribuna para
destacar a denúncia já publicada pelo Jornal do Cariri, sobre um possível
esquema existente para desviar dinheiro público usando decisões judiciais e
superfaturando os valores de medicamentos. “Apesar das licitações milionárias,
as decisões judiciais continuam motivando a compra direta e alimentando um
esquema de desvio de dinheiro Público,” reforçou Cláudio.
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