sexta-feira, 18 de julho de 2014

Polêmicas marcam despedida do período legislativo na Câmara de Juazeiro

A última sessão do primeiro período legislativo da Câmara de Juazeiro do Norte em 2014, realizada nessa quinta-feira, 17 de julho, foi marcada por discussões acaloradas e votações polêmicas. Os parlamentares discutiram desde a atuação da SR Empreendimentos no Frigorifico Municipal, até os assassinatos de três jovens infratores nesta semana dentro de uma instituição de recuperação. Por falta de tempo ficou de fora o sumiço de parte do acervo do Padre Cícero do Memorial que leva o seu nome.

A primeira grande polêmica veio com o requerimento do vereador Alberto da Costa (PT), que pediu investigação sobre a atuação da empresa SR Empreendimentos no Frigorifico Público Municipal. Segundo ele, recebeu várias denúncias e reclamações de marchantes (comerciantes de carnes) da cidade sobre a administração do Frigorifico e quando foi verificar “in loco” acabou sendo impedido de adentrar no estabelecimento.

O vereador Darlan Lobo (PMDB) pediu destaque ao requerimento, segundo ele, por entender que já existem vários requerimentos e denúncias sobre a atuação da empresa em Juazeiro e que mais um seria perca de tempo e desperdício de papel. Darlan avaliou que a Casa deve cobrar da justiça uma resposta para as denúncias já encaminhadas.

O requerimento Foi apreciado pelo plenário que decidiu pelo envio de forma unanime. O próprio vereador Darlan acabou votando favorável. O presidente da Câmara, vereador Capitão Vieira (PTN), colocou a assessoria jurídica da Casa a disposição para fazer uma cobrança ao judiciário sobre as denúncias já encaminhadas.

Mais polêmicas

Outra grande polêmica ficou por conta do pedido de nota de repúdio à Secretaria de Esportes, feita pelo vereador Adauto Araújo (PSC). Segundo o vereador, o pedido foi motivado pela exclusão de 10 equipes do campeonato de futebol rural.

O vereador Gledson Bezerra (PTB), sugeriu que a nota fosse endereçada a Cadescor, entidade que congrega as equipes. Segundo o vereador, a entidade é quem realiza o campeonato, não a Secretária. Para ele, tudo ficou esclarecido com a vinda do próprio secretário, professor Antônio, quando compareceu a Câmara para falar sobre o assunto.

Fazendo o contraponto a Gledson, o vereador Zé Ivan (PTdoB), reforçou o pedido de Adauto, avaliando que a administração do campeonato, com a destinação dos recursos, é de responsabilidade da Secretária, portanto ela deve ser responsabilizada. Já o vereador Tarso Magno (PR), lembrou que o próprio professor Antônio, responsabilizou a Cadescor e disse que as equipes ficaram fora por questões documentais. O requerimento acabou sendo rejeitado.

Outro momento polêmico e que colocou, inclusive, a base do prefeito Raimundo Macedo (PMDB) de lados opostos, foram os dois pedidos de vistas do vereador João Borges (PRTB). O vereador conseguiu a aprovação do pedido para um projeto de doação de terreno em área verde do município, mas foi derrotado em outro projeto, onde o líder do prefeito, vereador Sargento Nivaldo (DEM), chegou a convocar a base para seguir seu voto.

Ambas as votações tiveram diferenças de apenas um voto. O vereador pediu vistas aos projetos alegando que nenhum deles chegou ao seu email para conhecimento.

Pronunciamentos

O vereador Gledson Bezerra, usou a tribuna para falar sobre a chacina ocorrida nas dependências do Centro Sócio Educativo José Bezerra, em Juazeiro do Norte, que vitimou três adolescentes. O vereador observou que é prematuro penalizar qualquer pessoa pelo acontecido.

Segundo Gledson, o problema deve ser encarado com mais atenção por parte das autoridades e voltou a cobrar a criação de Vara Especial da Criança e do Adolescente em Juazeiro do Norte.

“Temos uma bomba chiando e só conseguiremos apagá-la, com um trabalho sério de acompanhamento psicológico, um planejamento coerente de melhoria da educação e remodelação do código penal. Do contrário, a polícia continuará prendendo e vendo os infratores sendo soltos instantes depois ou, no máximo, 45 dias após passagem pelo centro de recuperação,” disse Gledson.

O vereador Cláudio Luz que, também, usou a tribuna para destacar a denúncia já publicada pelo Jornal do Cariri, sobre um possível esquema existente para desviar dinheiro público usando decisões judiciais e superfaturando os valores de medicamentos. “Apesar das licitações milionárias, as decisões judiciais continuam motivando a compra direta e alimentando um esquema de desvio de dinheiro Público,” reforçou Cláudio.

Com o tempo escasso, os vereadores acabaram deixando para o retorno dos trabalhos, no próximo dia 05 de agosto, alguns assuntos como o sumiço de parte do acervo do Padre Cícero, incluindo sua batina.

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