Rádios do grupo de comunicação da família Neves,
pertencentes ao candidato a presidente Aécio Neves (PSDB), recebeu gordas verbas
publicitárias do Governo do Estado de Minas Gerais, enquanto o tucano era o governador.
A coordenadora do setor responsável pela aplicação dos recursos era sua irmã,
Andrea Neves.
O órgão chefiado por Andrea do Governo de Minas, chamado Grupo Técnico de Comunicação Social, foi criado por um decreto (nº. 43.245/2003), em 3 abril de 2003, ainda no início do seu primeiro mandato. O decreto estabeleceu que o grupo técnico teria como função "coordenar, articular e acompanhar a execução da política de comunicação social do Poder Executivo."
A família de Aécio é proprietária de, pelo menos, quatro veículos (rádios Arco Íris, Jovem Pan de Belo Horizonte, São João e Colonial). Os Neves também são donos do jornal "Gazeta de São João Del Rei". Na rádio Arco Íris, Aécio é sócio com Andrea e a mãe, Inês Maria Neves Faria.
Reportagem da "Folha de São Paulo", publicada na última terça-feira (14), mostra que o governo de Minas Gerais não divulga os gastos com publicidade em órgãos da família Neves. De acordo com o jornal, só a rádio Arco Íris recebeu mais de R$ 210 mil em 2010. Durante as gestões de Aécio em Minas, os gastos com publicidade oficial aumentaram em 300%, chegando a R$ 96 milhões por ano.
Em dezembro de 2011, o então governador Antonio Anastasia (PSDB), herdeiro político de Aécio, publicou um novo decreto que revogou o anterior, promoveu mudanças na composição do grupo técnico e especificou que o órgão teria natureza consultiva.
Nepotismo
Em debate realizado pela Band na última terça-feira (14), a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), acusou Aécio de praticar nepotismo ao nomear a irmã, tios e primos para órgãos públicos de Minas Gerais. Em resposta, Aécio desafiou a adversária a mostrar qual familiar ele teria nomeado.
Procurada, a assessoria de imprensa da campanha de Aécio afirmou que Andrea Neves "nunca ocupou nenhum cargo no governo do Estado, tendo exercido apenas funções de caráter voluntário não remuneradas".
Segundo a assessoria, o grupo técnico não tinha "nenhuma função deliberativa" e a definição da mídia a ser utilizada em ações de comunicação era feita pelas "agências de publicidade selecionadas por licitação pública".
Sobre o aumento de gastos com comunicação, a assessoria de Aécio afirma que as despesas nesta área cresceram menos do que em outras durante as gestões do tucano.
(Com informações do site UOL).
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