A Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte pagou, apenas no ano de 2014,
mais de R$ 2,6 milhões a médicos e enfermeiros do Hospital Estefânia Rocha Lima
(Tasso Jereissati), durante o período em que está fechado. A denúncia é do
vereador Cláudio Luz (PT) e foi protocolada, através de dois documentos, junto
ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), em Juazeiro do Norte, nos dias
25 de novembro e 16 de dezembro últimos.
O vereador disse em entrevista que a situação da Saúde de Juazeiro é
caótica e funciona em frangalhos. “Não existe médicos nos PSFs, os hospitais
estão sendo fechados e faltam remédios e exames,” disse Cláudio, ressaltando que
juntas as Cooperativas responsáveis pelos plantões já receberam juntas mais de
R$ 13 milhões.
Na última sessão da Câmara, realizada no dia 18, o vereador refez o
requerimento solicitando as folhas de pagamentos dos hospitais Estefânia Rocha
Lima, São Lucas e Maria Amélia, onde já foram repassados mais de R$ 9 milhões a
“Dinâmica Cooperativa de Profissionais de Saúde Ltda.”, responsável pelos
plantões de médicos e enfermeiros.
O requerimento do vereador Cláudio Luz pede, ainda, as folhas de
pagamentos da Unidade de Pronto Atendimento do Limoeiro (UPA) de
responsabilidade do “Instituto Cidadania e Natureza”. O Instituto recebeu mais
de R$ 4 milhões para pagamento dos plantões. “Quero o nome dos médicos que
trabalham nos hospitais e os valores recebidos mês a mês,” disse Cláudio Luz, ressaltando
ter certeza da existência médicos trabalhando fora do comum, como, também, outros
sendo usados como laranjas e o dinheiro sendo desviado.
Os valores foram levantados entre os meses de fevereiro a outubro deste
ano. Cláudio Luz considerou um absurdo que a prefeitura pague folhas de
pagamentos aos plantonistas de um hospital que está fechado. “É dinheiro de
mais para pagar médico de menos,” disse Cláudio. O vereador ressaltou ainda a
falta de transparência da gestão, ressaltada na falta de resposta aos
requerimentos.
Sobre os requerimentos do vereador Cláudio Luz, o secretário de Saúde de
Juazeiro, Plácido Basílio, disse que está analisando a natureza dos pedidos.
Segundo o secretário já foram enviadas as planilhas com as escalas médicas para
a Câmara. Com relação às folhas de pagamento, solicitadas no último
requerimento, o secretário assegurou que está sendo providenciado o envio.
Sobre a falta de médicos nos PSFs, o secretário garantiu que eles cumprem
horário normal de 40 horas semanais. “O médico do PSF é contratado para
trabalhar 40 horas semanais e nós não abrimos mão,” disse o secretário Plácido,
ressaltando que existem apenas três PSF sem médicos por conta da rotatividade.
Sobre a existência de médicos fantasmas, o secretário disse não ter
conhecimento, já que, segundo ele, recebe as escalas das coordenadoras dos PSFs
e informa a prefeitura para que seja feita a folha de pagamento.
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