Desde o último mês de novembro,
vendedores ambulantes e feirantes, que atuam no município de Barbalha, estão
arcando com custos mais altos para manter seus negócios em áreas livres da
cidade. A decisão é da Prefeitura Municipal, que alterou a tabela de cobrança
para licença das bancas que comercializam no centro da cidade.
O Projeto de Lei, de autoria do
Executivo, altera a tabela IV da Lei Municipal 1.334 de 1997. Segundo
ambulantes, a lei estipulava uma taxa de R$ 1,00 por banca, semanalmente,
independente do espaço ocupado. Com a nova tabela, os ambulantes passam a pagar
o valor referente a duas UFIR (Unidade Fiscal de Referência) para cada metro
utilizado nos espaços públicos.
Ainda, segundo feirantes, o Projeto
de Lei alterou, ainda, a base de cálculo, que era feita em Real - moeda
corrente - e agora passa a ser cobrado em UFIR. A licença, que deve ser
renovada semanalmente, pode chegar, considerando a média mensal, ao valor de R$
21,68 por metro quadrado, se for considerada uma UFIR de R$ 2,71 e o mês com
quatro semanas. O valor da UFIR foi levantado junto a colunas especializadas
nos Jornais O Globo e Estado de São Paulo.
O projeto foi enviado à Câmara no
final de 2014 e a matéria foi aprovada com sete votos favoráveis, duas
abstenções e um voto contrário. A Câmara recebeu comunicação da Prefeitura, em
março de 2015, de que o projeto foi sancionado em fevereiro de 2015.
Apesar de autorizado pelo
Legislativo, o prefeito José Leite Gonçalves Cruz (Zé Leite – PT) só aplicou a
nova tabela em novembro deste ano. Segundo vereadores a demora obedeceu ao
prazo regimental previsto na lei, em casos de taxas e impostos. Em média, é
dado um prazo de 90 dias.
A medida pegou os ambulantes de
surpresa, com o aumento calculado em, no mínino, 500%. O ambulante identificado
como Valdeci, que trabalha ao lado do Colégio Adauto Bezerra, nas proximidades
da antiga Prefeitura, diz que pagava R$ 4,00 ao mês e, agora vai pagar R$
24,00. Ele reclama, além do aumento substancial, da falta de comunicação com a
classe.
Os vereadores de oposição acusam a
Prefeitura de exagerar na cobrança e reclamam da falta de debate sobre assunto
com o Legislativo. Os vereadores Rildo Teles (PSL) e André Feitosa (PPS) se
abstiveram da votação, por não ter conhecimento sobre a matéria na época.
Segundo André, o projeto chegou no dia em que foi colocado para apreciação da
Casa.
O vereador Bosco Vidal (PR) faltou à
sessão e ressaltou que, sequer, teve acesso ao Projeto. Bosco considerou o
projeto uma afronta a democracia e disse não ter feito o debate porque achava
que o prefeito havia recuado em definitivo da execução do aumento.
Em consulta ao código tributário, o
vereador Bosco Vidal, ressaltou que deveria ser cobra anual de 30 UFIR, como
previa a tabela IV da Lei. Mesmo com base nas informações do vereador, o
calculo do aumento poderia ultrapassar os 200%.
O tema promete ganhar corpo nos
próximos dias. Na sessão desta segunda-feira (7), o vereador Rildo Teles cobrou
uma rediscussão mais ampla sobre a Lei para aproximá-la da realidade econômica
dos ambulantes. A oposição defendeu um novo cálculo da tabela.
(Jornal do Cariri).
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