O caos
instalado na prestação dos serviços de transporte coletivo em Juazeiro do Norte
parece estar longe de uma solução. Uma verdadeira queda de braço entre as
empresas Lobo e São Francisco com o prefeito Raimundo Macedo (PMDB), revela que
a legalidade da licitação, realizada no dia 29 de fevereiro, deve ser decidida
pela justiça. A licitação teve apenas uma concorrente, a empresa Via Metro.
Na
última semana as empresa ingressaram com ações pedindo a suspensão do processo
de concorrência da licitação, alegando ter direito a concessão até o ano de
2021. O direito a exploração do transporte foi concedido na gestão do
ex-prefeito Manoel Santana (PT).
O
ex-prefeito enfatiza a legalidade da ação movida pelas empresas, e acusa o
atual prefeito Raimundo Macedo, de tentar se beneficiar da licitação. “Raimundão
está usando a máquina administrativa para se beneficiar na questão eleitoral. Tudo
isso faz parte de um esquema para financiar a sua campanha a prefeitura de
Juazeiro nas eleições deste ano,” disparou Manoel Santana.
Por
sua vez, a administração Raimundo Macedo contesta a validade do documento que
garante exploração das linhas até 2021. Segundo o procurador do Município, João
Victor Granjeiro, a concessão não poderia ter sido renovada. “Esse documento
que está com as empresas, feito ainda na gestão Manoel Santana, não tem
validade jurídica. Eles deveriam ter feito uma licitação,” argumenta João Vitor.
O
gerente da empresa São Francisco, Iremar Alencar, admite que haja precariedade
no transporte, mas acusa o prefeito Raimundo Macedo (PMDB) de inviabilizar as
empresas para excluí-las em processos de licitação. Iremar disse que o
sucateamento das empreses aconteceu em decorrência da defasagem nos valores das
passagens, inclusão de transportes alternativos, gratuidade excessiva e falta
de manutenção na malha viária, tudo pensado pelo atual gestor.
A
polêmica ainda está longe de chagar a uma solução e deve chegar no plenário da
Câmara Municipal. Segundo informou o procurador João Vitor, já tramita na Casa
Legislativa um projeto de lei para revogar a lei que prorroga a exploração das
linhas até 2021. O procurador finalizou dizendo que a nova licitação é
irreversível.
Para o
vereador Cláudio Luz (PT), secretário de Segurança na época da concessão, o
simples fato da lei de revogação, ainda, estar tramitando na Câmara já invalida
a nova licitação. Segundo Cláudio Luz, a Câmara aprovou em 2010 a renovação dos
contratos precários, inclusive, o contrato do transporte e somente ela pode
revogá-lo.
Apesar
das críticas e observações sobre a polêmica, o vereador Cláudio Luz, disse que
é favorável a licitação. Para ele, o que está errado é a falta de transparência
no processo que não traz um estudo sobre as rotas e não define situações, como
o valor das tarifas e, ainda, se a zona rural será contemplada com a cobertura
do transporte.
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