Neste fim de semana, sábado e domingo, dias 8 e 9, respectivamente, a região do Cariri recebe a campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres.” No sábado, a partir das 19 horas, o evento acontece no Centro Cultural do Araripe – Largo da RFFSA, no Centro do Crato. No dia seguinte, domingo, às 18 horas, o movimento acontecerá no Instituto Federal de Educação do Ceará – IFCE/Juazeiro, próximo ao Hotel Verdes Vales, em Juazeiro do Norte.
A programação inclui palestra com Mônica Barroso, defensora pública e coordenadora Estadual de Políticas para as Mulheres – CEPAM. Na palestra, Mônica Barroso faz um diagnóstico da violência doméstica no Ceará e fala das políticas públicas que o Estado vem promovendo para enfrentar o problema. Em seguida, haverá show do cantor, compositor e arte educador Tião Simpatia, autor do cordel e da música alusiva à Lei Maria da Penha e, ainda, do DVD intitulado Mulher de Lei.
A campanha, promovida pela CEPAM com realização do Instituto Maria da Penha (IMP), foi criada em 1991, nos Estados Unidos. Atualmente, acontece em 159 países, entre os dias 25 de novembro (Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres) a 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos).
No Brasil, a mobilização começa no dia 20 de novembro (Dia Nacional da Consciência Negra) e se notabiliza pela mobilização educativa de massa, incentivando a luta pela erradicação da violência contra as mulheres e a garantia dos direitos humanos das mulheres. Entre as ações são promovidas palestras, debates, seminários, vigílias, rodas de conversas, atividades artísticas e culturais, e outras.
Uma luta justa
Existe uma frase de autor desconhecido que diz: “A esperança, não é a certeza de que tudo vai dar certo, sim a convicção de que vale a pena lutar.” E é de lutas desse tipo que tem vivido o movimento de defesa das mulheres no Brasil.
A busca dessas mulheres por seus direitos e pelo respeito a sua pessoa humana, mulher, frente ao seu agressor, é algo que precisa extrapolar os limites da materialidade das leis. É preciso que essa luta se transforme no ideal de liberdade de mulheres e de homens que sonham com uma sociedade mais justa e com respeito ao ser humano.
O que queremos ver, com o movimento “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres” no Cariri é o ventilar de uma nova cultura de paz; o conscientizar de um repeito que vai além dos limites físicos; a esperança renovada de que poderemos mudar nossa realidade de atrocidades contra as mulheres do Cariri.
Alexandras, Soraias, Telmas, Elianes... Quem eram elas, senão, Marias da Penha, mas que não tiveram, sequer, a oportunidade de lutar pelo precípuo direito a vida e a justiça. Sempre ouvimos falar que a violência é disseminada quando impera a injustiça. Mas, pior que a injustiça é o não reconhecimento de que esta é uma luta de todos nós: homens, mulheres, sociedade.
No Cariri em apenas 11 anos cerca de 190 mulheres tiveram seus olhos fechados por essa violência. Não podemos fechar os nossos para a impunidade, nem arregalá-los para o ceticismo. Devemos mantê-los, simplesmente, abertos e vigilantes para que sobrevivamos enquanto sociedade humana. Boas vindas, a essa luta de todos nós!
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