As Câmaras das duas maiores cidades do Cariri, Crato e Juazeiro,
parecem viver o auge de uma crise política sem data para terminar. Nessa
terça-feira (11), as sessões dos poderes legislativos das duas cidades foram
marcadas mais uma vez por uma forte tensão com discussões, quase às vias de
fato, e revelações bombásticas.
Pela manhã a sessão da Câmara do Crato foi palco de uma intensa
discussão entre os vereadores Jales Veloso (PTN) e Fernando Brasil (PSB). Os
dois parlamentares trocaram acusações, insultos e ofensas pessoais, chegando
quase as vias de fato. O presidente da Câmara, vereador Luis Carlos (PSL),
encerrou a sessão.
No Crato, cinco dos 19 vereadores, estão afastados; um foi notificado
pela justiça por acusações infundadas, ameaças e palavras de baixo calão nas
redes sociais; e outros, como Jales, são acusados de receber diária rural
morando na cidade.
À tarde em Juazeiro do Norte, o
ex-presidente interino da Câmara, vereador Darlan Lôbo (PMDB), voltou a fazer
acusações e revelações fortes. Em pronunciamento, Darlan reafirmou as denúncias
de compra de votos para eleição da mesa diretora e as ameaças que, segundo ele,
vem sofrendo motivadas pela conduta adotada.
Segundo Darlan, em Juazeiro o vereador é
obrigado a apoiar a corrupção. “Já participei de reuniões fechadas, onde a
pauta era a cassação do mandato do vereador Cláudio Luz. Ou vossa excelência
concorda com a corrupção em Juazeiro ou vai ser cassado por esta casa,” disse
Darlan.
Durante o pronunciamento, Darlan
ressaltou que vem sendo perseguido desde o ano passado. “Vivem ameaçando
desmanchar um prédio do meu pai, caso não eu não concorde com o desmando. Se a
justiça e o povo não tomar pé, os vereadores vão ficar de cabeça baixa obrigado
a apoiar a corrupção,” disse Darlan.
Darlan destacou que a retirada do nome
do vereador Bertran Rocha (PTdoB) da CPI do ar-condicionado e do vereador Zé
Ivan (PTdoB) do relatório final da mesma CPI, foi obrigado pelo prefeito
Raimundo Macedo. “Ou tirava ou perdia o que tem na prefeitura,” disse Darlan,
ressaltando que existem vereadores com R$ 50 mil, R$ 30 mil e R$ 20 mil, em
empregos na administração e, por isso, ficam refém do prefeito.
Darlan finalizou dizendo que é preciso o
Ministério Público do Estado investigar o que acontece na Casa, sob pena do povo
ter um grande prejuízo. “Já pedi e peço de novo que o Ministério Público comece
por mim; pra ver se limpa essa lama que tem aqui dentro. Essa Câmara é uma
lama,” finalizou Darlan.
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