Depois de muita
polêmica, revelações bombásticas e graves denúncias de aliciamento e compra de
vereadores para a eleição da mesa diretora da Câmara de Juazeiro, o Ministério
Público do Estado (MP-CE), convocou 20 dos 21 parlamentares para prestarem
esclarecimentos em oitivas iniciadas na sexta-feira (14) e finalizadas na
segunda-feira (17).
Parte dos
vereadores ouvidos pelos promotores Lucas Azevedo e Silderlanio do Nascimento,
disseram ter passado por constrangidos durante os depoimentos. Aos
parlamentares foram apresentadas fotos, suas e de outros colegas, no chamado
retiro que antecedeu a votação na Câmara.
Os promotores
teriam apresentado, ainda, gravações com conversas de bastidores que
comprometem, pelo menos, oito vereadores. Nas gravações, vereadores admitem ter
recebido vantagens para votar no candidato eleito Capitão Vieira (PTN). Os
depoentes foram perguntados se reconheciam as vozes e o teor da conversa.
Mesmo com a
apresentação das provas, a maioria dos vereadores reconheceu as vozes, mas desconheceu
a prática de compra ou favorecimento durante o processo eleitoral. Segundo
informações, por várias vezes o advogado procurador da Câmara, Róseo Augusto
Jacome Alves, se pronunciou contrário aos critérios do depoimento, por entender
que os parlamentares estavam sendo constrangidos.
A denúncia,
feita dias antes da eleição, pelo então presidente, vereador Darlan Lôbo
(PMDB), revelou nomes, valores e outros benefícios oferecidos aos vereadores. Todo
o material entregue ao MP foi anexado de gravações, fotos e documentos; além do
áudio e da Ata da sessão, contendo os debates aonde vereadores chegam a admitir
a negociação.
Além das fotos,
gravações de áudio e a Ata da sessão, o MP deve estar de posse de material
sobre as ameaças, reveladas por Darlan na sessão do dia 11, terça-feira. O
vereador chegou a dizer que não se intimidaria e que não tinha medo de morrer.
Entre outras, Darlan revelou um esquema de distribuição de empregos na
administração para deixar vereadores reféns em votações e assinaturas de CPIs.
O ex-presidente finalizou dizendo: “já pedi e peço de novo que o Ministério
Público comece por mim; pra ver se limpa essa lama que tem aqui dentro. Essa
Câmara é uma lama”.
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