A Câmara Municipal de Barbalha enviou
ofício ao Ministério Público Federal (MPF) solicitando providencias contra o
uso inadequado, para benefício de terceiros, do Parque de Eventos Governador
Tarso Jereissati, “Parque da Cidade”. A denúncia foi feita pelo vereador Rildo
Teles (PSL) em sessão ordinária da Casa, dia 12 de maio, por meio de
requerimento verbal.
Durante a denúncia o vereador Rildo
Teles, repudiou o uso do equipamento público em favor do ex-secretário de
Cultura e atual secretário adjunto de Governo do Município, Dorivan Amaro dos
Santos. Segundo a denúncia, Dorivan não possui nenhuma autorização formal do
município para a utilização do Parque a fim de realizar festas particulares.
O secretário adjunto vem realizando,
através das empresas “DNA Produções”, onde figura como sócio, e “JJ Eventos”, uma
série de eventos denominados “Pré Pau da Raposa”. Segundo o vereador Rildo,
além do uso do Parque, a empresa usa o nome do time de futebol de Barbalha, sem
o devido repasse financeiro ao clube. “Na verdade quem está pagando a conta é o
povo de Barbalha. Não existe contrapartida ao município. Após a festa é preciso
fazer a limpeza e manutenção do Parque. E tudo isso fica por conta da prefeitura.
Não podemos aceitar isso,” disse Rildo.
Para Rildo o que está existindo é um favorecimento
ao grupo do prefeito em detrimento de outras empresas de promoção de eventos. “O
problema é que fazem a festa, não pagam nada pelo Parque. Além do mais existem
fortes indícios do uso do nome do Barbalha Futebol Clube, como fachada, para
obter grandes lucros,” disse Rildo, ressaltando o fato do secretário adjunto,
realizador das festas, ser um agente público, o que configura favorecimento, já
que, não há contrapartida ao município.
O requerimento do vereador Rildo Teles,
ganhou repercussão no Poder Legislativo e gerou um grande debate. Imbuído da
defesa da gestão pública municipal, o líder do prefeito da Câmara, vereador
Aurino Preu (PP), acabou subscrevendo o requerimento que pede a investigação.
O ex-diretor do Barbalha Futebol Clube,
Jorge Luiz Fernandes, conhecido como Bacalhau, disse que os recursos combinados
com os promotores da festa foram repassados integralmente. Segundo ele, foram
repassados valores de R$ 5 mil por festa. Segundo o ex-diretor o recurso foi
bem vindo, pois a equipe estava na fase final de uma competição importante e
promovendo o nome da cidade. “As festas foram, na verdade, uma alternativa de
arrecadação. Para a manutenção de uma equipe de futebol todo dinheiro é bem
vindo. Tínhamos 40 funcionários e uma folha extensa. O recurso foi bem vindo,”
disse o ex-diretor.
Sobre a utilização a utilização do
Parque, Bacalhau confirmou que a direção do clube fez a solicitação à
prefeitura. “Não somos um órgão público, temos um CNPJ particular, mas estamos
inseridos na satisfação popular como de grande importância social. De certa
forma o Poder Público Municipal, tem alguma responsabilidade com o time e, por
isso, liberou o Parque,” disse Bacalhau.
O secretário adjunto, Dorivan Amaro, em
conversa com nossa reportagem disse que a DNA Produções não é a realizadora dos
eventos. Segundo ele, apenas prestou assessoria, sem remuneração ao time do
Barbalha no sentido de facilitar o contato do clube com os artistas. “O que
faço é apenas ajudar na divulgação e organização por gostar do time do
Barbalha. Mas, não passa disso. O evento é uma realização do Barbalha Esporte
Clube,” disse Dorivan.
Sobre a não participação do secretario
adjunto na festa, o vereador Rildo Teles prepara denúncia mais aprofundada ao
MPF com postagens nas Redes Sociais, onde Dorivan assume que a promoção da
festa é da DNA Promoções em conjunto com a JJ Eventos.
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