Mesmo
sem saber ao certo como será aplicado o empréstimo de mais de R$ 50 milhões
pretendido pelo prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo (PMDB), os
vereadores da Câmara Municipal devem aprovar o Projeto de Lei que autoriza o
valor. A avaliação é do vereador Cláudio Luz (PT) que acredita na atuação da
maioria do prefeito na hora da votação.
O
projeto foi protocolado na Câmara no último dia 6 de agosto, apresentado no
plenário no dia 7 e enviado a Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização em
12 de agosto. A Lei Orgânica e o Regimento Interno dizem que os projetos devem
ter tramite de, no mínimo, cinco dias, mas no caso do empréstimo, ainda não se
sabe quando será apreciada pelo plenário da Casa. O vereador Cláudio Luz,
presidente da Comissão, lembra que ainda não houve a reunião da comissão e por
isso o projeto não poderá ser apresentado na sessão desta terça-feira (19).
Cláudio Luz pretende fazer uma audiência pública
para ouvir a população sobre o empréstimo. Além disso, o vereador sugere um
estudo minucioso antes de contratar o valor. Ele teme prejuízo à administração
financeira do município e requer mais cautela. O vereador observa que, caso o
projeto venha a plenário antes das reuniões da Comissão, ele vai contestar a
legalidade da votação.
Mas
essa não é a única polêmica que envolve o projeto do Executivo Juazeirense. No
documento original enviado a Câmara, a previsão de que o recurso seria investido
na “modernização da administração tributária e da gestão dos setores sociais
básicos”, não convenceu a bancada de oposição. O próprio líder do prefeito, vereador Sargento Nivaldo (DEM), disse
precisar aprofundar algumas informações sobre a aplicação do recurso.
Na quarta-feira (14), a Secretária de Gestão do município, Zarele
Catonho Almeida, falou sobre o destino do empréstimo a ser feito junto ao Bando
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela reafirmou o desejo
de modernizar a administração tributária para
melhorar o sistema de arrecadação e, consequentemente, a arrecadação.
O detalhe é que Zarele previu que para a
modernização serão necessários R$ 32 milhões, não os R$ milhões previstos no
projeto. Sobre o restante do recurso, a secretária disse que o valor pode ser
investido na administração financeiro-patrimonial, ambiental; além de pode
melhorar as sedes da educação e da saúde.
Com a continuação da polêmica, o prefeito concedeu entrevista no dia 17,
sexta-feira, dizendo que o projeto amarra até R$ 52 milhões, o que, segundo
ele, não obriga a administração contrair todo o valor em empréstimo. “Esse
projeto é apenas uma previsão. E nessa previsão está especificada a divisão dos
valores para obras, para carros, treinamento de pessoal. Está tudo detalhado no
projeto,” disse Raimundo Macedo, ressaltando que compete aos órgãos de
fiscalização acompanhar a aplicação dos recursos.
Dois dias antes, a prefeitura enviou ofício à Câmara fazendo um
adendo a mensagem. No documento o prefeito Raimundo Macedo ressalta a
necessidade de aprimorar os serviços prestados e destaca que o dinheiro deve
servir também para a reforma de prédios e melhoria das instalações com a
aquisição de mobiliário, máquinas, equipamentos, veículos e serviços de
tecnologia da informação.
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