terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Gestão do ex-prefeito Samuel Araripe condenada por contratar sem licitação

A gestão do ex-prefeito do Crato, Samuel Vilar Araripe (PSDB), foi condenada a devolver pouco mais de R$ 141 mil (R$ 141.702,40) aos cofres da Prefeitura. A decisão é do juiz da 1ª Vara Cível do município, José Batista de Andrade, que determinou o pagamento, logo após a notificação, sob pena de acréscimo de juros e multas.

A decisão tem como base relatório do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Segundo o relatório, o Gabinete do então prefeito Samuel Araripe, autorizou a contratação de empresa de telefonia móvel e agência de publicidade sem respeitar a lei de licitações. As irregularidades foram detectadas nas contas de gestão do exercício de 2010.

Na época, o Gabinete do ex-prefeito, contratou a empresa “TNL PCS S/A OI”, pelo valor de R$ 49.900,00 e a agência de publicidade “Síntese de Comunicação e Marketing”, pelo valor de R$ 91.802,40. Juntos, os valores somam R$ 141.702,40, valor da devolução aos cofres públicos.

O então chefe de gabinete, Cícero Luiz Bezerra França, alegou nos autos do processo, que no caso da empresa Oi houve licitação, mas o certame foi vazio. Já no caso da publicidade, a defesa argumentou se tratar de serviço continuado e, portanto, com renovação automática.

Ao Jornal do Cariri, o ex-chefe de gabinete, disse que vai pedir a revisão do relatório do TCM nos próximos 30 dias. A defesa deve apresentar cópias das licitações que comprovam a tentativa de realização do certame. Sobre a decisão de contratar sem licitação, o ex-chefe de gabinete assegurou que todas as decisões passavam pelo ex-prefeito Samuel Araripe e que as ordens para fazer qualquer contratação, também, partiam do gestor.

Segundo a decisão do juiz José Batista, depois de diligencias e solicitações feitas junto à Prefeitura, não foi encontrado qualquer documento que atestassem a defesa. No caso da publicidade, foi argumentado que o contrato de publicidade dura até o termino do valor licitado, sem que possa ser prorrogado.

Para o Ministério Público e, segundo decisão do juiz José Batista, as contratações sem o devido processo de licitação, constituem ato de improbidade administrativa.

MPC sugere prisão de 1 a 4 anos a Samuel Araripe

Em matéria veiculada na edição de 16 a 22 de fevereiro, sob o titulo “TCM mantém desaprovação das contas do ex-prefeito Samuel Araripe”, o jornal do Cariri e este blog, mantém seu posicionamento acerca de informação de que suas contas de governo de 2012 estão, neste momento, desaprovadas pelo TCM.

O conselheiro Ernesto Sabóia, relator do processo, já emitiu o parecer pela desaprovação. O parecer, ainda, não foi publicado porque precisa ser apreciado pela 1ª Câmara do órgão, composta pelos conselheiros Ernesto Sabóia, Pedro Angelo e Domingos Filho. Em caso de manutenção do parecer, o ex-prefeito Samuel Araripe poderá recorrer ao Pleno do TCM.

O agravante para o ex-prefeito, quanto ao relatório do Ministério Público de Contas (MPC) do TCM é a inclusão da tipificação como criminalmente grave, passível de pena de reclusão que varia de 1 a 4 anos. O relatório é da procuradora Cláudia Patrícia Rodrigues Alves Cristino.

O documento do MPC foi enviado ao TCM em 11 de janeiro de 2016 e avaliou desnecessária qualquer manifestação contrária ao parecer inicial do órgão, que enquadrou a ação do governo Samuel nos termos do art. 359-G (decreto lei nº 2.848/40).

Segundo identificou a promotoria, Samuel Araripe aumentou absurdamente a despesa com pessoal no segundo semestre de 2012, último ano do seu mandato, causando dificuldades financeiras a serem suportadas pelo gestor futuro. Diz ainda que a ação visou a concessão de vantagens salariais com, inadmissíveis, finalidades eleitoreiras.

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