sábado, 21 de novembro de 2015

Terceirizada indicada para o Hospital São Lucas é envolvida em corrupção

Foto montagem do site Miséria.

Desde a segunda-feira (16), que a política do Maranhão está na mira da imprensa nacional. O envolvimento direto da empresa ICN – Instituto Cidadania e Natureza, em superfaturamentos de contratos de terceirização com o Governo do Estado do Maranhão colocou sócios atrás das grades e os últimos quatro governos do Estado em xeque.

A empresa ICN, registrada como Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), é a mesma indicada pela Prefeitura de Juazeiro do Norte para administrar os Hospitais São Lucas e Maria Amélia. A polêmica deve atingir, ainda, o Governo do Estado do Ceará que, no governo Cid Gomes, indicou a empresa para administrar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Limoeiro.

O gerente regional da ICN em Juazeiro do Norte, Cleylson Figueiredo, disse a reportagem do site Miséria que a administração do Ceará não tem ligação com a matriz do Maranhão. Segundo Cleyilson, a empresa mantém CNPJ diferentes no Maranhão, Rio de Janeiro e Ceará.

Cleylson ressaltou, ainda, que tudo que está acontecendo no Maranhão não passa de uma investigação, sem que nada tenha sido transitado e julgado. Segundo ele, não há nenhum indício que ligue os contratos do Ceará ao esquema denunciado no Maranhão.

Como se dava o esquema

O esquema foi revelado pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) com a deflagração da operação “Sermão aos Peixes”, na última segunda-feira. O desvio foi denunciado em 2009, pelo então deputado estadual Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney.

Segundo o ex-deputado, o esquema servia para distribuir propina nos governos dos ex-governadores Zé Reinaldo e Jackson Lago; esse último cassado por corrupção. Todos os contratos foram assinados, na época, pela secretária de Saúde do Estado, Maria Helena Duailibe Ferreira, prima de Ricardo Murad. Os contratos foram firmados a partir de dispensas de licitação.

Em apenas dois anos investigados, o esquema teria faturado mais de R$ 1,2 bilhão, segundo Murad, usado para fazer política no Estado. Cerca de 90% dos recursos teriam sido desviados para satisfazer interesses dos governos. O problema é que, segundo a Polícia Federal, o esquema se estendeu pelo Governo de Roseana Sarney, onde Murad foi secretário de Saúde.

Na nova denúncia se destaca o contrato da ICN com os hospitais pertencentes à família Sarney (Hospital Dr. Carlos Macieira e a Maternidade Marly Sarney). O contrato já rendeu mais de R$ 143 milhões a ICN.

Com a denúncia de manutenção do esquema no atual governo Flávio Dino, o secretário de Saúde, Marcos Pacheco, tratou de envolver o ex-secretário Ricardo Murad. O site do Ministério Público Federal divulgou pedido de prisão ao ex-secretário Roberto Murad, mas a ação ainda não aconteceu.

Os principais administradores da ICN, Benedito Silva Carvalho e Perícles Silva, chegaram a ser presos pela Polícia Federal, mas estão soltos por força de habeas-corpus.

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