quinta-feira, 2 de julho de 2015

Câmara derruba decisão anterior e aprova texto da maioridade penal

Em menos de 24 horas, após derrubar a PEC da Maioridade Penal, a Câmara dos Deputados derrubou sua própria decisão e aprovou o texto da maioridade penal, através de emenda substitutiva a Constituição.

A votação, encaminhada pelo presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi considerada uma manobra e gerou muito bate-boca no plenário. Cunha foi acusado de "ditador" e de praticar "pedaladas regimentais".

O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) comparou Cunha a um "ditador" e insinuou que a inclusão de "jabutis" (matérias estranhas ao texto original de uma medida provisória) teria motivos ocultos. "O que acontece na Câmara não me causa nenhum espanto. Esses jabutis não são gratuitos na extensão do termo", afirmou Jader.

Para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), a sessão foi uma farsa. "Hoje nós temos de discutir a redução dos critérios mínimos de democracia no parlamento. É um hábito nocivo e degradado. Arma-se um golpe ao regimento, à minoria, à democracia. O parlamento brasileiro vive hoje uma noite tenebrosa", disse Alencar.

Eduardo Cunha rebateu dizendo que essa proposição não tinha sido votada. “Você poderia aglutinar qualquer emenda à PEC da comissão, qualquer proposta apensada em um texto original. Então não há o que contestar, ninguém é maluco", disse Cunha.

A votação, em primeiro turno, teve 323 a favor, 155 contra e 2 abstenções. A emenda reduz o limite de 18 para 16 anos para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.

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