terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Coluna Rebate - Jornal do Cariri - 30 de dezembro de 2014

Cariri não terá secretário

O anúncio do secretariado do governo Camilo Santana trouxe a confirmação de que nenhum nome atuante na política do Cariri fará parte do primeiro escalão. Com a constatação do que previam as especulações, as lideranças políticas locais se perguntam qual o prestígio que o Cariri terá nesse governo. O argumento de que o governador é do Cariri não convenceu nem aos políticos, nem ao povo que levou Camilo, com mais de 200 mil votos de maioria, ao comando do Palácio da Abolição. Aos três nomes nascidos no Cariri, os cratenses Josbertini Clementino, na Secretaria de Desenvolvimento Social, Hugo Figueiredo, na Secretaria de Planejamento e Gestão, e Alexandre Landim, da Casa Civil, vale um voto de confiança para fazer valer o peso da identidade caririense. Apesar de não terem histórico na política regional, ao assumir seus cargos no secretariado de Camilo Santana, nada impede que os gestores voltem suas atenções para os seus conterrâneos. De qualquer forma, o povo do Cariri merece uma resposta.

O preço pago pelo Cariri

Até que ponto foi positivo para o Cariri ter o governador vindo das suas bases políticas? Essa será uma pergunta inevitável nos meios políticos e sociais, nos próximos dias. Camilo assume o comando do Estado, como o primeiro governador eleito do Cariri, mas inicia sua tarefa com a dura missão de mostrar à região que valeu a pena a confiança incondicional. O preço pago pelo Cariri, ao escolher Camilo como seu governador, não pode passar pela possibilidade do abandono político. Não ter nenhum nome militando atualmente na política do Cariri é, sem dúvida, um balde de água fria nas expectativas da população. Mas, claro que isso não quer dizer que Camilo não olhará para o Cariri, mesmo deixando uma ponta de desconfiança. Apesar do novo governador ainda não ter falado sobre o assunto, interlocutores com proximidade garantem que o Cariri será recompensado.

Quem terá prestígio no governo

A região do Cariri terá suas lideranças prestigiadas politicamente. Além do empresário Rafael Branco, que pode ser confirmado como secretário executivo da Casa Civil, ainda nos primeiros dias do Governo Camilo, os nomes de Giovanni Sampaio, Fernando Santana e Gilmar Bender devem abrir portas no Palácio Abolição. Eles estiveram à frente de muitas articulações, cada um dentro da sua área, na campanha do petista Camilo. Quem mais perdeu força durante o pleito estadual foi o secretário executivo da Secretaria das Cidades do Estado, o engenheiro Magno Coelho. Sem uma função pré-determinada, acabou sendo engolido pelas ações paralelas. Apesar disso, Magno deve ter uma linha direta com o governador. Claro que, durante a escalada do governo, as coisas podem mudar e muita gente pode ascender.

O que querem os influentes

É difícil prever o que querem os influentes em troca da dedicação e fidelidade. Mas, como as especulações já tomam conta das ruas, vamos a elas: Rafael Branco é citado como possível candidato a deputado estadual ou federal. O seu desempenho como segundo homem da Casa Civil deve ser fundamental. Fernando Santana, apesar de especulado como possível candidato a prefeito de Barbalha, quer mesmo é ser deputado estadual. Pode nascer uma dobradinha com Rafael Branco. Giovanni Sampaio não esconde a vontade de ser prefeito de Juazeiro do Norte. Terá que se articular com o PT local, o que, vale salientar, é uma tarefa das mais difíceis. Gilmar Bender desejou ser prefeito, mas desistiu. Já se sente contemplado: é amigo do governador. Se eles conseguirão o que querem, só o tempo e seus desempenhos dirão.

O comentário que varreu Juazeiro

O comentário de que o prefeito Raimundo Macedo estaria prestes a pedir uma licença de 180 dias da Prefeitura varreu o Juazeiro, na última semana, e acabou causando um grande transtorno à administração. Mas, na verdade, tudo foi baseado na máxima do “onde há fumaça, há fogo”. Motivou a especulação a reunião entre os promotores do Ministério Público do Estado Silderlanio do Nascimento e Lucas Azevedo com um juiz local, no Fórum de Juazeiro, na noite da decisão que derrubou a votação dos R$ 22 milhões, seguida de outra reunião, no dia seguinte, entre o prefeito, o vice Luis Ivan e outros poucos da extrema confiança. O líder do prefeito na Câmara, Nivaldo Cabral, garantiu que a reunião foi para pensar o novo organograma da administração. Outro nome da gestão garante que o organograma já estava pronto há dias.

Rommel não quer ser prefeito

Motivada pelo fortalecimento do PT estadual com a eleição de Camilo Santana ao Governo do Estado, a oposição de Barbalha já começa a discutir a sucessão de 2016. A novidade da discussão é que o nome mais cotado para enfrentar a difícil disputa que virá pela frente é do ex-prefeito Rommel Feijó. Segundo alguns membros da oposição, Rommel é o único com capacidade de agregar todos contra o rolo compressor petista que promete varrer a campanha municipal em Barbalha. O ex-prefeito, apesar de ouvir atentamente as análises e previsões, não se manifesta sobre o assunto e, quando fala, não esconde o desejo de renovação na política barbalhense. O problema é que muitos acreditam que a disputa interna entre o vereador Rildo Teles e o ex-candidato a prefeito Argemiro Sampaio pode empurrá-lo para a disputa. Rildo e Argemiro garantem que não há embate e que estão trabalhando para fortalecer o grupo. A questão é se Rommel suporta a pressão.

Raimundão procura um líder

Com a eleição do vereador Nivaldo Cabral para a mesa diretora da Câmara de Juazeiro, o prefeito Raimundo Macedo iniciou a busca por um novo líder. Na lista já figuram alguns nomes como Adauto Araújo, Capitão Vieira Neto e Ronnas Motos. Adauto e Ronnas já foram lideres do ex-prefeito Manoel Santana e sabem bem como enfrentar as turbulências que a Câmara pode proporcionar em uma administração cercada de polêmicas. Já Capitão Vieira pode ser alçado à função pela fidelidade ao prefeito. Mesmo “abandonado”, ele se manteve na base de Raimundão. Quanto a Nivaldo Cabral, muitos acreditam que sua eleição para membro da mesa foi a única forma que ele encontrou para deixar a liderança. Nivaldo já tinha tentado entregar o cargo por várias vezes, mas sempre era desencorajado.

Disse me disse..

Para a maioria dos analistas políticos da região do Cariri, a surpresa na escolha do secretariado de Camilo Santana foi a ausência dos nomes de Fernando Santana e Eudoro Santana na lista.

O que pouca gente sabe é que a ausência de Fernando e Eudoro Santana foi motivada pela ligação de parentesco. Camilo teria dito que não concorda com a prática do nepotismo na gestão pública.

Em Barbalha, a eleição de Camilo acabou motivando muitas pretensões dentro do PT local. O nome mais comentado na atualidade é do engenheiro Magno Coelho. Ele se dá bem com o partido e tem a confiança de Camilo.

Longe de ser o único nome petista na disputa para 2016, Magno Coelho deve enfrentar a ascensão do advogado conhecido como Zé Lair.

Outro que desponta como opção petista à disputa de 2016 é o secretário de Esportes,
Jorge Luiz, conhecido como Bacurau. Nesse caso, já há um grupo trabalhando.

Em Juazeiro, foram muitas as pretensões frustradas, antes mesmo de começarem as articulações para as eleições municipais. Que o diga o empresário Gilmar Bender e o deputado federal Manoel Salviano.

Já Manoel Salviano, tentou reaver o comando do PSDB juazeirense. Na conversa com Tasso Jereissati, o deputado acabou ouvindo o que não queria. O partido seguirá outro rumo e Salviano não faz parte do plano.

No Crato, o prefeito Ronaldo Mattos comemora o posto de melhor ornamentação de Natal da região do Cariri. O diferencial foi o presépio gigante em um dos trechos da nova Encosta do Seminário.

O novo presidente da Câmara do Crato, vereador Pedro Alagoano, já anunciou seu apoio à administração Ronaldo Mattos. Pedro disse que a hora é de união.

Desculpe a ignorância, por que o Cariri não terá secretário atuante no Cariri no Governo Camilo Santana?

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