quarta-feira, 6 de março de 2013
Darlan Lobo: o vereador líder da oposição que peita Raimundão
O vereador Darlan Lobo (PMDB), parlamentar de terceiro mandato, aparentemente, calmo e comedido; homem de poucas palavras, que jamais usou a tribuna para fazer grandes pronunciamentos; passou de figura política sem maiores pretensões à líder de uma oposição que tem marcado sua atuação pela ousaria e pela coragem.
Darlan iniciou sua vida política em 2005 quando foi eleito vereador pela primeira vez. Na época, desconhecido no cenário político e jovem no parlamento, apoiou e, já se colocou, como um dos articuladores da candidatura de José de Amélia Júnior, eleito presidente com o apoio de Raimundo Macedo. Mais tarde viria o rompimento com Raimundão e, também, a primeira e única derrota. A dupla Darlan e Júnior de Amélia perderam a mesa seguinte (biênio 2007-2008) para Kleber Lavor.
Na gestão do petista Manoel Santana (2008-2012), Darlan, novamente, foi o mentor das duas vitórias de Júnior de Amélia para presidir a casa. Mas, o destaque viria apenas quatro anos mais tarde com o segundo mandato de Raimundo Macedo.
O que parecia um mar de tranquilidade para o prefeito Raimundo Macedo, se tornou um verdadeiro pesadelo. Seguro de que teria a maioria sem esforço, Raimundão acabou desprestigiando Darlan e Ronaldo Lira (Ronnas Motos), ambos do PMDB, seu partido. A história não serviu de parâmetro para Raimundão. A atitude levou ambos a se articularem e “mostrar que tinham valor”.
A articulação
Darlan começou pelo grupo dos seis novatos que tinha como articulador Antônio de Lunga e padrinho um empresário local. Falando em nome dos cinco descontentes, Darlan conseguiu unir o que hoje é conhecido como Grupo dos Onze, ou G11.
No momento mais delicado, um dos vereadores veteranos, resolveu conversar com Raimundão e por pouco não colocou tudo a perder. Esse vereador chegou a dizer que “a chave estava no bolso de Raimundão”. Mais uma vez o prefeito subestimou a força da oposição e não fechou qualquer acordo com o vereador que titubeava.
Na véspera da eleição para a Mesa Diretora, o grupo se retirou para uma casa de praia próxima à Fortaleza e, daí por diante, Darlan assumiu para o Juazeiro à frente do grupo. Ele era o único vereador que falava com a imprensa.
Foram momentos de grande tensão que exigiram firmeza e o poder de negociação. “Raimundão me ofereceu R$ 500 mil para votar no seu candidato. Não aceitei e quem mudar de lado é porque se vendeu,” chegou a afirmar. Ganharam a mesa e, hoje, conduzem a casa conforme o que discutem em grupo.
O que pensam os colegas
Para o vereador Cláudio Luz (PT), um dos novatos, a maior virtude de Darlan é a firmeza. “Ele (Darlan) não dissimula. Nos bastidores, é sempre ‘preto no branco’ e se precisar, ele enquadra sem titubear,” avalia Cláudio Luz.
Já o vereador Adauto Araújo, um dos veteranos descontentes, disse que, quando ninguém imaginava que daria certo, Darlan apareceu e fez dar certo. “Pessoalmente, ele (Darlan) conversou com cada um. Isso trouxe a confiança necessária,” observa Adauto.
O desejo
Mas, como nem tudo é só vitória, uma teve que ser adiada. Darlan queria ser o nome a disputar a presidência da casa; mas, em nome da união a vontade ficou para mais tarde, para o segundo biênio. Isso é claro, se ele conseguir manter o grupo unido. O caminho até lá é longo e cheio de surpresas. Mas, hoje, com todo o potencial apresentado, poucos ousam duvidar. Resta-nos esperar para ver!
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