O prefeito de Barbalha, José Leite Gonçalves
Cruz, o Zé Leite (PT), nomeou para seus quadros funcionais, em cargo de
confiança, o ex-candidato a prefeito do município de Jardim, José Alvares
Coutinho Júnior, conhecido como Júnior Coutinho. O líder político de Jardim
responde por receptação de carro roubado. Apesar de não haver impedimento na
lei, a contratação tem sido alvo de críticas.
No início de 2014, Júnior Coutinho foi
preso em uma operação conjunta entre as policias do Ceará e Pernambuco, que
encontrou em sua casa um veículo com placas clonadas. A operação foi comandada pelo
Major Sobreira, então comandante da Companhia de Brejo Santo.
Júnior Coutinho atua na administração
de Barbalha com duas nomeações. Na primeira, datada de janeiro de 2013, foi
nomeado como coordenador de Desenvolvimento Rural e Abastecimento da Secretária
de Desenvolvimento Agrário. Na segunda, Júnior Coutinho acumula o cargo de
secretário adjunto, também, da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Município.
Para atuar nos dois cargos, Júnior Coutinho recebe R$ 5 mil. Além dos salários
acumulados, existe o agravante de não exercer as funções na prática.
Mesmo após a notícia da prisão do
coordenador e secretário adjunto de Desenvolvimento Agrário de Barbalha, o
prefeito Zé Leite, manteve o colega petista nos dois cargos. Quando da prisão,
em sua defesa, Júnior Coutinho teria mantido a versão de que foi vítima de uma
armação, motivada por perseguição política. A investigação ainda espera relatório
conclusivo.
O caso está sendo denunciado ao Ministério
Público Federal (MPF) pelo ex-deputado estadual Giovanni Sampaio. Para
Giovanni, o caso acabou sendo abafado, mas a população de Jardim e de Barbalha merecem
receber os esclarecimentos sobre o acontecido. “Ele (Júnior Coutinho)
é político e, por isso, deve satisfação
à sociedade acerca dos seus atos”, disse Giovanni.
Giovanni Sampaio ressaltou, ainda, que
existem outras denúncias contra o petista, mas que só as revelará ao MPF. “Júnior
Coutinho está, inclusive, sendo cotado para assumir a direção do escritório da
Semace no Cariri, o que é um verdadeiro absurdo”, disse o ex--deputado.
Sobre a acusação de receptação, o
prefeito Zé Leite afirmou desconhecer a situação. Mas, segundo ele, tomará uma
atitude em caso do secretário adjunto estar julgado e condenado.
Sobre o acumulo de funções, Zé Leite
garantiu que a possibilidade não existe. Ele ressaltou que confere a folha de
pagamento da gestão pessoalmente.
Ainda sobre o acúmulo de função, a Procuradora
Geral do Município, Ana Keive, ratificou a afirmação do prefeito Zé Leite, desconhecendo
a prática e que, caso ela ocorresse, o secretário adjunto deveria optar entre
uma das remunerações. “Ele poderia ser designado para outra função, mas sem o acréscimo
da remuneração”, disse a procuradora.
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