quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Presidente do PT de Juazeiro diz que não quer aliança com Manoel Salviano


O presidente municipal do Partido dos Trabalhadores de Juazeiro do Norte, Ricardo Lima, disse a essa coluna política que, no momento, seria contra uma possível aliança com o deputado federal e pré-candidato a prefeito Manoel Salviano (PSD). Perguntado sobre os motivos o petista justificou a decisão como uma questão ideológica e, ainda, que não acredita na capacidade de manutenção da aliança após a eleição. Por isso, prefere que o partido construa pactos pelo desenvolvimento e não alianças apenas eleitoreiras.

É REALMENTE surpreendente a afirmação, mas parece, também, uma posição coerente. Primeiro, porque eles fazem parte de correntes ideológicas muito distintas e outra coisa é que a experiência da eleição passada quando o PT se aliou ao ex-prefeito Raimundo Macedo, na época PSDB, e logo depois rompeu politicamente, deve estar norteando a posição do presidente Ricardo Lima.

Mas, ideologias a parte, a decisão pode mudar completamente o quadro pré-eleitoral desde ano em Juazeiro. Manoel Salviano iniciou no processo como possível aliado, preferencialmente, de José Arnon (PTB), mas sem descartar um possível apoio ao prefeito Manoel Santana (PT). Até aí, era considerado o fiel da balança na eleição juazeirense e o nome mais disputado. Mas, em seguida, surpreendendo a todos, se lançou pré-candidato, contrariando, inclusive seu aliado preferencial, o deputado Arnon. Desde então vem construindo as três possibilidades.

O problema é que Arnon vem aos poucos se distanciando de Salviano e se aproximando de Raimundo Macedo. Enquanto isso Vasques, outro possível aliado do grupo salvianista, também está construindo sua pré-candidatura, inclusive, com o apoio do PSDB estadual e começa a dar sinais de vitalidade. Agora o PT começa a indicar que a aliança com Salviano não interessa.

Ou seja, a tática de Salviano pode ter ido por água a baixo e, na verdade, ele começa a correr o risco de ficar isolado. Se não vejamos: alguns dizem que uma aliança com Raimundão seria impensada graças ao ato de “traição” na eleição passada; e se Arnon confirmar a aproximação com Raimundão e o PT reafirmar a recusa em seu nome, pelo menos na indicação da vice, só restará a Salviano Vasques Landin que, até agora, tem sido uma incógnita. E vamos lembrar que político sem mandato é igual a marido traído, é imprevisível. E, vale salientar, partir para uma eleição em Juazeiro com um partido sem tempo de propaganda gratuita, sem o apoio de um dos grandes (PT, PMDB, PSB, PSDB ou até o PR), é um completo suicídio político.

Agora é importante frisar que a afirmação é do presidente Ricardo Lima, não do prefeito Manoel Santana que já afirmou várias vezes que deseja o apoio de quantos o quiserem apoiar. O fato é que se o PT segurar a decisão do seu presidente, o quadro eleitoral do momento mostra um Manoel Salviano no seu pior momento até agora, dentro de um sonoro isolamento político. Mas como a política é muito dinâmica, logo a frente tudo pode mudar, é esperar para ver o que acontece.

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