Em uma sessão tumultuada, a Câmara do Crato aprovou, nessa terça-feira (29), o requerimento do vereador Bebeto Anastácio (PTN) pedindo a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar gravações feitas pelo ex-prefeito Samuel Araripe (PHS).
Com a divulgação das gravações, o ex-prefeito tenta provar que foi extorquido por vereadores para votarem a favor das suas contas de governo, exercício de 2009. Durante a votação do requerimento, o clima foi de tensão entre os vereadores que se revezaram na troca de insinuações. A comissão terá três membros e deve ser formada na próxima sessão.
O vereador Fernando Brasil (PSB), já anunciou que deve encaminhar, na próxima sessão, pedido de criação de uma CPI, desta vez para investigar todas as gestões que passaram pela Casa de 2005 a 2013. Ele precisa de sete assinaturas e de maioria dos votos da Casa para aprovação do requerimento. O vereador pediu ainda a quebra do sigilo fiscal e telefônico do ex-prefeito Samuel Araripe e do ex-chefe de Gabinete, David França.
O vereador Paulo de Tarso (PMDB), líder do governo, disse que a posição do governo é de apoio a CPI. Para ele, o governo tem interesse em ver tudo esclarecido e quem tiver culpa que seja punido.
Câmara ocupada
Antes da sessão um grupo com cerca de 70 manifestantes invadiram a galeria da Câmara e fizeram uma limpeza simbólica, usando água e vassouras. A sessão atrasou por quase duas horas e, somente após a interferência da Polícia Militar (PM), os trabalhos puderam ser iniciados; mas, com a permanência dos ocupantes.
Cerca de 30 ocupantes ainda permanecem nas dependências da Câmara. O presidente da Casa, vereador Luis Carlos (PSL), foi recebido pelos lideres do movimento, segundo ele, identificados como Samuel Siebra, presidente do PCdoB/Crato, e a ex-funcionária comissionada da gestão Samuel Araripe, Alessandra Teles Bandeira.
Segundo Luis Carlos, são oito as reivindicações. Entre elas, a investigação e punição dos envolvidos na gravação, a construção da estrada do Distrito da Santa Fé, a exoneração da presidente da SAAEC, a convocação dos aprovados no último concurso e a imediata construção de casas populares.
O presidente Luis Carlos, ressaltou a legitimidade do movimento dizendo que vai convidar os interessados para discutir com os manifestantes uma saída viável para ambas as partes.
(Foto: Chinês / Agencia Miséria)
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