Uma polêmica recheada de embate político, acabou
chamando a atenção durante a Audiência Pública da Câmara de Juazeiro do Norte,
realizada na última sexta-feira (25), no Auditório do Hotel iu-á. Em
determinado momento o debate tomou o rumo do acirramento político e quase fugiu
ao controle da organização.
O evento, inicialmente organizado para identificar
demandas nas áreas da saúde, infraestrutura, segurança e educação, acabou sendo
taxado de comício eleitoral. A avaliação foi feita pelo vereador Normando
Sóracles (PSL), durante sua explanação, quando cobrou mais objetividade dos
deputados sobre o que desejavam fazer pelo município de Juazeiro.
No mesmo rumo, o vereador Tarso Magno (PR) cobrou
mais efetividade das propostas elencadas pelos deputados. Em contraponto aos
discursos que se alteravam, o vereador Gledson Bezerra (PTB), pediu cautela nos
pronunciamentos e avaliou como contrassenso parlamentares cobrar de outros
parlamentares ações que cabem ao Poder Executivo. “É preciso ter calma. O certo
é cobrar empenho político e poder de articulação para encaminhar determinados
projetos e ações,” Observou Gledson.
O deputado federal Manoel Salviano (PSD)
ratificando a intervenção de Gledson, também pediu cautela, reafirmando que
parlamento não é executivo. Em um dos momentos de maior tensão, o deputado
Camilo Santana (PT) disse estar consciente do que tem realizado, tanto como
secretário de governo, quanto como deputado em prol de Juazeiro. “É muito fácil
fazer discurso. Mas, na prática, a coisa é bem diferente,” desabafou Camilo.
Mas, o que parecia estar no auge da polêmica, se
acirrou ainda mais quanto o deputado Manoel Salviano anunciou sua saída
prematura do evento e foi desafiado pelo representante do prefeito Raimundo
Macedo (PMDB), o ex-deputado Giovanni Sampaio, a permanecer na audiência.
Salviano se retirou sob o argumento de ter outros compromissos.
Com a saída, o representante do prefeito, passou a
acusá-lo diretamente de não trabalhar por Juazeiro. Giovanni fez duras críticas
ao deputado Salviano, afirmando que ele não colocou nenhuma emenda parlamentar
para Juazeiro nos últimos 14 anos. “Se ele (Salviano) me mostrar apenas uma
emenda para a cidade, nos últimos 14 anos, eu renuncio a minha candidatura é o
apoio,” disse Giovanni. O ex-deputado Giovanni acabou sendo convencido a
diminuir o tom das criticas.
O começo previsível
Já na abertura da audiência o vereador Gledson
Bezerra, responsável por fazer a exposição dos objetivos do evento, deixou
clara sua insatisfação com a pequena participação dos deputados votados em
Juazeiro do Norte. “Fico triste com a pouca representatividade dos
parlamentares convidados,” disse Gledson. Entre os muitos parlamentares
convidados para o evento, compareceram, além do deputado estadual Camilo
Santana e o deputado federal Manoel Salviano, apenas a deputada estadual Mirian
Sobreira (PSB).
Nas explanações iniciais os deputados e
representantes já desenvolviam uma linha crítica. Giovanni Sampaio observou que
Juazeiro é uma cidade sem saneamento básico, o que, segundo ele, deságua como
problema na saúde. Ainda sobre a saúde, Giovanni denunciou que “existe uma
máfia na questão da medicação de alto custo e órteses e próteses”.
O deputado Manoel Salviano destacou a importância
do momento e sugeriu que os prefeitos do Crajubar (Crato, Juazeiro e Barbalha) organizassem
outros momentos do mesmo porte com empresários e médicos. O deputado criticou a
falta de drenagem na cidade, denunciou o abandono do Parque Ecológico da
Timbaúbas e observou o fato dos últimos prefeitos de Juazeiro não solicitarem
emendas parlamentares ao seu mandato. Segundo o deputado, as emendas da bancada
cearense somam a quantia de R$ 200 milhões por ano.
O deputado Camilo Santana observou que as cidades
brasileiras crescem sem planejamento e o desafio é garantir a melhoria da vida
da população. Segundo o deputado, os investimentos foram concentrados na
capital e região metropolitana. “Os governos do Estado e Federal estão mudando
esta lógica,” disse Camilo, ressaltando a importância do debate para que os
governos saibam das demandas.
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