A prefeitura de Juazeiro do Norte, na administração do prefeito
Raimundo Macedo (PMDB), não tem cumprido ordens e/ou mandados com decisões judiciais.
A denúncia é do advogado e ex-procurador Geral do Município, Luciano Daniel. O
ex-procurador exemplificou comentou três casos, advogados por ele, em que a
administração ignorou a decisão judicial.
Num dos casos, a servidora Ana Cristina Almeida, teve ao seu favor
mandado de segurança, emitido pelo juiz da 2ª Vara Civil, Gucio Carvalho, para
reintegração em cargo na administração. A ação movida pela servidora acusou a
administração de perseguição política. Ana Cristina é concursada como secretária
do Caps e foi afastada da função no início da atual administração e, hoje,
continua sem lotação e remuneração.
A decisão judicial que determina a reintegração da servidora em 24
horas é de 18 de agosto, mas segundo Luciano Daniel, até o momento da
entrevista a decisão estava sendo ignorada. Agora a prefeitura deve responder
por crime de desobediência e improbidade administrativa.
Foram notificados, o prefeito Raimundo Macedo, a procuradoria do
Município e o secretário de Saúde, Plácido Basílio. O advogado Luciano Daniel ressaltou
que deve comunicar a desobediência ao juiz Gucio Carvalho, com envio de cópia
para o Ministério Público do Estado (MPCE), para apurar o crime.
No outro caso, o professor da rede pública municipal, Moacir Epifánio
da Silva, concursado da Secretaria de Educação, se licenciou para fazer
doutorado e ao retornar havia outro professor contratado em seu lugar. Entrou
na justiça e teve mandado de segurança em seu favor para ser reintegrado. A
decisão foi emitida direto ao secretário de Educação Geraldo Alves, que acabou não
cumprindo a ordem judicial. A decisão é de 14 de fevereiro de 2014.
Segundo Luciano Daniel, o secretário de Educação Geraldo Alves deve ser
intimado novamente nos próximos dias. O caso já foi notificado ao MPCE. Em
ambos os casos deve ser intimado, ainda, o procurador geral do Município, João
Victor.
Procurado para comentar o assunto, o secretario de Educação, Geraldo Alves,
disse que entrou com recurso para responder a primeira decisão de fevereiro. O
secretário não quis gravar entrevista, já que, segundo ele espera resposta do
recurso da primeira intimação. O secretário garantiu que deve se manifestar
depois de mais uma decisão judicial.
O secretário de Saúde, Plácido Basílio, não foi encontrado para comentar
o assunto, mas, na secretária fomos informados que ele estava em viajem e que,
quando retornasse faria contato com nossa reportagem. Até o fechamento desta
edição não obtivemos resposta.
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