Foto montagem do site Miséria.
Desde
a segunda-feira (16), que a política do Maranhão está na mira da imprensa
nacional. O envolvimento direto da empresa ICN – Instituto Cidadania e Natureza,
em superfaturamentos de contratos de terceirização com o Governo do Estado do
Maranhão colocou sócios atrás das grades e os últimos quatro governos do Estado
em xeque.
A empresa
ICN, registrada como Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público), é a mesma indicada pela Prefeitura de Juazeiro do Norte para
administrar os Hospitais São Lucas e Maria Amélia. A polêmica deve atingir,
ainda, o Governo do Estado do Ceará que, no governo Cid Gomes, indicou a
empresa para administrar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Limoeiro.
O
gerente regional da ICN em Juazeiro do Norte, Cleylson Figueiredo, disse a
reportagem do site Miséria que a administração do Ceará não tem ligação com a matriz
do Maranhão. Segundo Cleyilson, a empresa mantém CNPJ diferentes no Maranhão,
Rio de Janeiro e Ceará.
Cleylson
ressaltou, ainda, que tudo que está acontecendo no Maranhão não passa de uma
investigação, sem que nada tenha sido transitado e julgado. Segundo ele, não há
nenhum indício que ligue os contratos do Ceará ao esquema denunciado no
Maranhão.
Como
se dava o esquema
O
esquema foi revelado pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal
(MPF) com a deflagração da operação “Sermão aos Peixes”, na última
segunda-feira. O desvio foi denunciado em 2009, pelo então deputado estadual Ricardo
Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney.
Segundo
o ex-deputado, o esquema servia para distribuir propina nos governos dos
ex-governadores Zé Reinaldo e Jackson Lago; esse último cassado por corrupção.
Todos os contratos foram assinados, na época, pela secretária de Saúde do
Estado, Maria Helena Duailibe Ferreira, prima de Ricardo Murad. Os contratos
foram firmados a partir de dispensas de licitação.
Em apenas
dois anos investigados, o esquema teria faturado mais de R$ 1,2 bilhão, segundo
Murad, usado para fazer política no Estado. Cerca de 90% dos recursos teriam
sido desviados para satisfazer interesses dos governos. O problema é que,
segundo a Polícia Federal, o esquema se estendeu pelo Governo de Roseana
Sarney, onde Murad foi secretário de Saúde.
Na nova
denúncia se destaca o contrato da ICN com os hospitais pertencentes à família
Sarney (Hospital Dr.
Carlos Macieira e a Maternidade Marly Sarney). O contrato já rendeu mais de R$
143 milhões a ICN.
Com a
denúncia de manutenção do esquema no atual governo Flávio Dino, o secretário de
Saúde, Marcos Pacheco, tratou de envolver o ex-secretário Ricardo Murad. O site
do Ministério Público Federal divulgou pedido de prisão ao ex-secretário
Roberto Murad, mas a ação ainda não aconteceu.
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