terça-feira, 23 de setembro de 2014

Sindicato denuncia URCA e Governo do Estado ao MP

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) vai investigar denúncia de falta de professores, além de infraestrutura da Universidade Regional do Cariri (URCA). A denúncia, feita na última quarta-feira (17), é do Sindicato dos Docentes da URCA (Sindurca) que, junto com a Universidade Estadual do Ceará (UECE) decretaram greve por tempo indeterminado.

Na denúncia, o Sindurca pretende responsabilizar a direção da URCA e o Governo do Estado pelo prejuízo causado aos alunos e professores. Como pauta da atual greve, o Sindurca pede a nomeação dos 26 professores aprovados no último concurso e apresentação de um cronograma para o próximo concurso. Segundo o sindicato, há uma carência superior a 300 professores, mas para o próximo concurso o Sindurca pede a abertura de, pelo menos, 120 vagas.

O presidente do Sindurca, Augusto Nobre, disse que o meio judicial representa uma esperança de forçar o governador Cid Ferreira Gomes a assinar o contrato com os 26 professores já aprovados em concurso.  “Precisamos reforçar o atual quadro de docentes que tem um déficit de mais de 300 profissionais,” disse Augusto, ressaltando que o governador já extrapolou em muito o prazo estipulado, por ele mesmo, em encontro com a classe ainda no ano passado.

O promotor Lucas Azevedo, disse que a denúncia foi acatada pelo MP e que o próximo passo é recomendar ao Governo do Estado a assinar a contratação dos 26 professores aprovados, dando posse imediatamente nos seus cargos para que foram aprovados. “O passo seguinte é a abertura de uma investigação para entender as deficiências da universidade e punir os responsáveis pela gestão que esta gerando esses transtornos,” disse Lucas Azevedo.

Sobre o assunto, a reitora Otonite Cortez, disse que o atual governo foi o que mais investiu na infraestrutura da Universidade. Quanto a assinatura dos contratos dos 26 aprovados no concurso, a reitora avalia se tratar apenas de alguns desencontros. Segundo Otonite, ela mesma já foi a Fortaleza algumas vezes com os contratos, mas alguns desencontros acabaram inviabilizando a assinatura. A reitora garante que o governador nunca se recusou a dar posse aos novos professores.

O lado político da greve

Durante entrevista no programa Debate 104, da Rádio Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, o diretor do Sindurca, Augusto Nobre, foi questionado sobre a greve ser deflagrada em um período eleitoral. Algumas avaliações, esplanadas no momento, acreditam que a greve é para desgastar o Governo do Estado. Augusto garante que o período é apenas um detalhe e que a decisão não foi motivada pela eleição. Para ele, os docentes não podem esperar que o período eleitoral passe, enquanto, a instituição é prejudicada.

Segundo avalia Augusto, toda greve é política, já que, reivindicar direitos e fazer política. Ele citou, ainda, outras greves que aconteceram em períodos eleitorais e que tiveram grande êxito. “O período eleitoral ajuda a pressionar o governante, qualquer que seja ele. Mas, a decisão de acabar com a greve é política e pertence ao governador Cid Gomes. Basta ele cumprir com a sua palavra assinando as nomeações e apresentando um cronograma para o novo concurso,” disse Augusto.

(Foto do promotor Lucas Azevedo)

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