sábado, 1 de outubro de 2011
Greve dos professores: falta de diálogo e medidas extremas
As imagens do confronto entre policiais e professores estaduais no prédio da Assembleia, no último dia 29, ganharam os noticiários de todo o Brasil. Elas chocam pela truculência como se deu o processo de ocupação. Sim, falo de ocupação porque foi a frase usada pelos próprios professores antes da entrada. Tanto que ainda existem grevistas nas dependências do prédio.
Mas, em todo esse acontecimento é preciso analisar o caso sem paixões e sem o compromisso com o discurso oportunista do tipo: “estarei sempre ao lado dos trabalhadores”.
Esse, como o dos correios, dos profissionais da saúde em Barbalha... e outros que se sucedem, podem ser analisados como uma falta de consciência política, no entendimento de como se dá o processo democrático. O enfretamento por meio da greve é o último recurso no processo de negociação, é verdade.
Mas, o que deveríamos, enquanto trabalhadores, era estar organizados para não precisarmos desse recurso que desgasta a todos os envolvidos. Infelizmente, ainda não aprendemos a utilizar o processo representativo a nosso favor. Não esqueçam que todos os deputados e o governador foram escolhidos, também, pelos mesmos grevistas de ontem. O problema está em quem nos representa realmente.
Continuamos votando como se não tivéssemos interesses a serem defendidos. Olha, a democracia representativa é um sistema que nos dá oportunidade de escolher NOSSOS representantes. Ou seja, o caminho deve ser sempre o político.
Quanto ao confronto, fico triste quando ouço um formador de opinião comparando a situação a uma ditadura. As realidades são bem diferentes, hoje nos podemos escolher, se escolhemos mal é problema nosso. Os policiais estão ali para defender e proteger os “representantes” do povo que os escolheram e o bem material que pertence ao mesmo povo.
É claro, que esse expediente da força, também, era usado como recurso pela ditadura, mas lá eles defendiam a ditadura, e hoje eles defendem, teoricamente, os interesses do povo.
O meu questionamento é: como uma classe tão grande, porque os professores não participam diretamente do processo eleitoral para eleger os seus próprios representantes. Esse é o X da questão e a maioria de nós não percebeu.
Na verdade, os trabalhadores dos diversos setores e seguimentos, precisam se organizar para eleger os seus e garantir a sua defesa e os avanço nas conquistas. E esses nomes devem sair do seio do movimento. Lembrem-se sem organização e consciência do poder que temos na mão continuaremos elegendo falsos representantes e correndo risco de apanhar quando formos cobrá-los.
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