Os prefeitos e pré-candidatos para as eleições
desde ano no Crajubar estão em pleno debate sobre o processo de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff e as denúncias de corrupção contra o PT. A maior
parte das lideranças políticas tem se posicionado contrários ao impeachment,
mas defendem o aprofundamento nas investigações da operação Lava Jato.
Nos municípios do Cariri, quando o debate se
amplia, o índice contrário ao impeachment sobe e os lideres já falam em fazer pressão
nos parlamentares federais votados na região para que o processo seja arquivado
na Câmara dos Deputados, em Brasília. O Jornal do Cariri foi em busca dessas
opiniões e ouviu várias lideranças sobre o assunto.
O deputado federal Arnon Bezerra (PTB), disse não
ter recebido qualquer pressão para se posicionar. Ele avalia que sua posição
contrária ao impeachment já ameniza a pressão, já que, a maioria dos seus
eleitores comunga do mesmo pensamento. “Ando nas ruas e as pessoas querem que a
Lava Jato continue, mas não aceitam que somente os lideres petista paguem,” disse
Arnon.
O deputado estadual Zé Ailton Brasil (PP), disse
que a grande maioria dos prefeitos do Cariri é contra o impeachment. Para o
deputado, não houve corrupção por parte da presidenta, o que, derruba a tese do
afastamento. “Pedalada fiscal é praticada por vários gestores, inclusive,
governadores do PSDB, maior defensor do afastamento,” Avaliou Zé Ailton,
ressaltando que tudo acontece por que a presidenta está com a popularidade
baixa.
Em Juazeiro do Norte, os pré-candidatos Demontieux
Fernandes (Psol), Normando Sóracles (PSDB) e Gilmar Bender (PDT), oposição ao
prefeito Raimundo Macedo (PMDB), admitem erros no governo federal, mas
acreditam que o impeachment não é o melhor caminho para resolver a crise
política e financeira.
Para Normando Sóracles, a cassação da presidenta
Dilma motivaria uma convulsão social no País. “Neste momento sou contra o
impeachment porque jogar o PT para oposição seria mergulhar o País numa crise
política, ainda, maior. Além disso, esse é um processo político e sem base
consistente,” disse Normando.
Demontieux Fernandes avalia que não há subsídios
suficientes para cassar o mandato da presidenta Dilma. Segundo ele, a motivação
mais consistente, apresentada pela “oposição direitista”, são as pedaladas
fiscais. Para Demontieux, a única justificativa para uma ação dessas, seria um
desvio de conduta pessoal, como corrupção e enriquecimento ilícito, o que, não
é o caso.
O empresário Gilmar Bender avalia o processo do
impeachment como golpe político. Bender tem se posicionado contrário ao
processo por, segundo ele, representar um prejuízo político e financeiro ao
País. Para Gilmar Bender, uma nova eleição significaria um custo muito alto a
ser pago pela população, além de agravar a crise.
Em Barbalha, o prefeito José Leite Gonçalves Cruz
(Zé Leite – PT), apesar de disparar críticas ao governo e sua ingovernabilidade,
é contrário ao afastamento da presidenta Dilma. Já o líder da posição é
pré-candidato a prefeito, Rommel Feijó (PSDB), seguindo orientação do partido
tem se posicionado a favor do afastamento.
Para o ex-candidato a prefeito de Barbalha,
Argemiro Sampaio, outra liderança do município e pessoa próxima a Rommel, o
grupo defende novas eleições e a troca de comando no País. Argemiro acredita
que o afastamento encerraria a crise política e amenizaria a crise econômica;
além de dar um exemplo contra a corrupção.
No Crato, o prefeito Ronaldo Mattos (PSL) tem se
posicionado pelo arquivamento do processo iniciado pelo presidente da Câmara,
deputado Eduardo Cunha (PMDB). Segundo Ronaldo, além de não existir nada que
desabone a conduta pessoal da presidenta Dilma, o processo é apenas uma forma
de perseguição política.
Para o pré-candidato do PDT cratense, o empresário
Rafael Branco, o processo enfraquece a democracia, por ser uma mera perseguição
política sem qualquer base jurídica. “Pedalada fiscal é uma prática de vários
governos, inclusive da gestão do ex-presidente Fernando Henrique,” observou
Rafael Branco.
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