O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) ajuizou
na segunda-feira, dia 6, uma Ação Civil Pública contra ex-prefeito de Juazeiro
do Norte, Manoel Santana (PT), por improbidade administrativa, fraudes e prejuízos
ao município em mais de R$ 3,6 milhões. Também são citados na ação o empresário
Sílvio Rui, proprietário da empresa SR Empreendimentos, e o juiz aposentado Demétrio
de Sousa Pereira.
A ação, assinada pelos promotores de Justiça Aureliano
Rebouças Júnior, Francisco das Chagas da Silva e José Silderlandio do Nascimento,
denuncia uma permuta de imóveis realizada entre o município e a empresa SR Empreendimentos.
Segundo a investigação, Manoel Santana autorizou uma permuta de imóveis do
município, entre eles, áreas verdes e institucionais, por uma área na zona
rural pertencente a empresa de Silvio Rui.
As áreas da Prefeitura somaram mais de 60 mil m² e
foram avaliadas em mais R$ 3,6 milhões, enquanto a área de Silvio Rui foi
avaliada em R$15 mil. Para os promotores a transação causou grande prejuízo ao
erário. De acordo com o apurado, o juiz Demétrio de Sousa Pereira, participou
da transação descumprindo deveres funcionais, conforme relatório da
Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE).
O juiz revogou, nas férias do juiz titular, a decisão
que suspendia os efeitos da permuta nos autos de ação popular, determinando e
concretizando o ato com a lavratura da escritura pública de permuta em julho de
2011.
Na ação, o MP pede a quebra do sigilo bancário e fiscal
e a indisponibilidade de bens dos envolvidos, bem como a perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano
causado, suspensão dos direitos políticos, por oito a dez anos, pagamento de
multa civil e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios,
incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de 10 anos.
Santana
se defende
O ex-prefeito
Manoel Santana, hoje, deputado estadual, usou a tribuna da Assembleia
Legislativa, nessa terça-feira (07), para se defender das acusações do MPCE
dizendo que transação não chegou a ser realizada. Segundo o petista o projeto
foi questionado na Câmara Municipal por discrepância nos valores entre os
terrenos.
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