quinta-feira, 12 de abril de 2012
Ely Aguiar: “Se depender desse pequeno grupo de pessimistas, o Crato vai continuar estagnado”
O deputado estadual Ely Aguiar (PSDC) concedeu uma entrevista reveladora ao site Miséria. O deputado falou dos pessimistas do Crato, com relação ao projeto “Nsa. Sra. de Fátima”; sua relação com o prefeito Samuel Araripe, a quem acusou de não cumprir acordo; sucessão no Cariri e seus projetos na Assembleia Legislativa. Ely Aguiar disparou contra o governo do estado, no caso do Canal do Rio Granjeiro e finalizou dizendo que não pretende ser prefeito.
O deputado Ely Aguiar está no segundo mandato e já foi membro da Comissão de Ética. Hoje é membro da Mesa Diretora e da Comissão de Constituição e Justiça.
Veja a entrevista na integra:
Madson Vagner – Você é da base ou não do governo do Estado?
Ely Aguiar – Primeiro, eu não peco por omissão nem pela ausência e não estou na Assembleia para agradar o Governador do Estado. E tudo que é encaminhado para ser discutido e votado, eu faço de acordo com a minha consciência. Eu não recebo ordens de ninguém que indiquem como eu devo votar. Então nessa linha de atuação, eu não voto contra professores ou qualquer servidor público. Eu não tenho compromisso com o voto comprado, meu compromisso é com o voto livre.
Madson Vagner – Você acredita no reconhecimento desse posicionamento?
Ely Aguiar – Não! Toda semana, eu ocupo a tribuna e faço um pronunciamento em defesa dos trabalhadores, do Crato e do Cariri, do Estado do Ceará. E aí, infelizmente, eu não tenho, pelo menos na cidade do Crato, a divulgação que deveria. Mas, eu respeito os colegas de imprensa. Eu sou muito mais divulgado em Juazeiro que no Crato.
Madson Vagner – Quais suas últimas ações na AL?
Ely Aguiar – Acabei de apresentar um projeto de Lei de combate a violência. Acredito que a violência tem como principal causa as drogas. Então é preciso evitar que ela entre no estado. Para isso, pedimos a criação de um Batalhão de Divisas para agir nas fronteiras. Além disso, vamos prevenir outros crimes como carga roubada, evasão de divisas, entre outros. Outros projetos são a criação do Juizado do Torcedor para evitar a impunidade relacionada a violência nos estádios e a Ressocialização de Presos Egressos do Sistema Prisional para diferenciar o infrator pequeno no bandido perigoso, principalmente, na reinserção na sociedade. Nesse último será criado uma cota de contratação em obras públicas para esses ex-presidiários que cometeram pequenos delitos.
Madson Vagner – E o projeto Nossa Senhora de Fátima?
Ely Aguiar – Eu sempre acreditei que o Cariri é a Meca do Nordeste. Juazeiro é uma grande cidade, não pelas indústrias, sim pela fé em Padre Cícero. A cidade de Canindé está se desenvolvendo pela fé em São Francisco, com projeto, inclusive, de Zé Arnon. Então em conversa com a Diocese, eu resolvi apresentar o projeto e recebemos apoio da primeira dama, Maria Célia, e do governo do Estado. Mas, a obra foi embargada duas vezes e para minha tristeza, isso foi articulado por pessoas do Crato. Ai você olha isso e pensa: como o Crato pode crescer desse jeito? Se depender desse pequeno grupo de pessimistas, vamos continuar estagnados. Mesmo assim, existe a previsão de inaugurar até o final do ano. E enquanto esse grupo do Crato critica o projeto, a área ao redor do empreendimento está sendo comprada pelo povo de Juazeiro que sabem da importância desse projeto.
Madson Vagner – Como está seu posicionamento com a sucessão do Crato?
Ely Aguiar – Eu ainda estou conversando. Está marcado um almoço com o senador Eunício Oliveira para conversar sobre seu candidato, o Ronaldo Gomes de Matos; já conversei com o Raimundo Filho; ainda vou conversar com o Sineval Roque, candidato do governo do estado hoje, mas ninguém sabe se haverá alguma mudança, e também o candidato do prefeito Samuel Araripe. Ou seja, ainda não fechei com ninguém, mas a tendência é o apoio ao candidato do governador.
Madson Vagner – O que você espera do próximo prefeito do Crato?
O próximo prefeito do Crato não deve assumir um compromisso com um grupo político. Ele deve assumir um compromisso com o povo do Crato. O Crato é uma cidade muito maltratada, perdeu a autoestima e está sendo esquecida pelos poderes públicos.
Madson Vagner – Como você avalia toda a situação do Canal?
Ely Aguiar – Nós sabemos que o canal é responsabilidade da prefeitura, mas aconteceu uma tragédia. O governador tem atendido o Crato em alguns pontos, mas em outros tem deixado a desejar. O canal é um exemplo. E o problema foi o Samuel, mas o Samuel vai passar. Ele tinha que olhar o povo. O Cid teve 42 mil votos no Crato, derrotando o candidato do prefeito, ou seja, o povo gosta dele. Ele tinha que ter atendido os anseios da população.
Madson Vagner – E a briga do prefeito Samuel Araripe com o governador Cid Gomes?
Ely Aguiar – Vou dar apenas um exemplo: o governador me pediu que eu falasse com o Samuel para ceder o terreno para construir a Escola Profissionalizante, já que, ele tinha mandado vários ofícios e estava sem resposta. Samuel findou não atendendo e o governador perdeu a paciência e comprou um terreno, em frente a Faculdade de Direito e está construindo a escola. Se tivesse esperado pela prefeitura o Crato tinha perdido o equipamento. Então nessa briga o único prejudicado é o povo.
Madson Vagner – E sua relação com o Samuel?
Ely Aguiar – Na minha primeira eleição fui muito estimulado em ser candidato a prefeito, mas cheguei para Samuel e disse que meu candidato era o candidato dele. Ele estava mal das pernas para a reeleição e, eu digo, que o Samuel recebeu dois anjos, eu e o Arnon Bezerra. Foi feito um acordo e ele só cumpriu com o Arnon por medo de eu crescer ainda mais. Então ele perdeu uma pessoa que, hoje, poderia estar ao lado dele. E tem mais, na política quem não cumpre acordo morre politicamente.
Madson Vagner – E nas outras cidades do Cariri, tem conversado sobre apoios?
Ely Aguiar – Em Barbalha estamos com a oposição, ligado ao ex-prefeito Rommel Feijó; em Araripe estou com o Dr. Giovane Guedes e no Juazeiro a tendência é o Raimundão.
Madson Vagner – Você pretende, no futuro, concorrer ao executivo?
Ely Aguiar – Olha na política tudo é possível, mas agora não penso. Eu sou jornalista e gosto muito da minha profissão e sendo prefeito teria que deixar de atuar, o que não pretendo fazer. A minha tendência é permanecer como deputado e jornalista para trabalhar pelo Cariri.
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