O Ministério Público Federal (MPF), através da
Procuradoria Regional Eleitoral do Ceará, pediu o arquivamento de processo que
tem como réu o prefeito do Crato, Ronaldo Sampaio Gomes de Mattos (PMDB), sob a
acusação de tentar prejudicar a candidatura do ex-prefeito Samuel Vila Araripe
(PHS).
A denúncia feita por Samuel Araripe, ainda, em 2013,
suscitava que o atual prefeito Ronaldo Mattos teria trabalhado para
desaprovação de suas contas de governo para barrar sua candidatura a deputado
estadual. Segundo a denúncia, o prefeito teria usando de artifício financeiro, junto
a nove vereadores, para favorecer as candidaturas de sua esposa e de
secretários do seu governo.
Na decisão o procurador Regional Eleitoral, Rômulo
Moreira Conrado, avalia que a analise dos autos evidencia não se justificar a
continuidade da tramitação do processo perante a Justiça Eleitoral. A denúncia
perdeu força quando não efetivada qualquer candidatura de pessoas ligadas ao
prefeito Ronaldo Mattos.
O procurador eleitoral ressalta ainda que não se
percebe a prática de delitos tipificados no Código Eleitoral. Quanto às
diligencias e obtidas através da justiça, como interceptação telefônica e
quebra de sigilos bancários, devem ser encaminhadas a Procuradoria dos Crimes
Contra a Administração Pública (Procap) que ainda não julgou o mérito da
denúncia, também, formalizada junto ao órgão.
Procurado para comentar a decisão, o prefeito Ronaldo
Mattos, disse ter enfrentado, no ano passado, um verdadeiro festival de
denúncias infundadas sobre a sua pessoa. “Em todas as denúncias estou provando
a minha inocência. Estamos superando uma a uma e superando, esse, que foi um
momento de grande transtorno para a administração,” disse Ronaldo.
Ronaldo disse ainda que a denúncia, encaminhada pelo
grupo político do ex-prefeito, foi, na verdade, uma de tentativa de tirar o
governo do foco, usando para isso a agressão pessoal. “Já na época, fui aos
meios de comunicação, quando expliquei ao povo do Crato o real sentido das
denúncias. Agora, a justiça só endossa tudo que já falamos e que a população já
sabia. Ou seja, que não existia nada do que denunciado,” disse o prefeito
Ronaldo.
Outra decisão
Em março deste ano, o juiz da 1ª Vara Cível de Crato, José Batista de
Andrade, determinou a cassação de todas as medidas liminares e o arquivamento
do processo contra os vereadores acusados de articulação com o prefeito Ronaldo
Mattos para desaprovação das contas de Samuel Araripe.
Cinco dos nove vereadores chegaram a ser afastados por 30 dias; mas,
tiveram o retorno determinado por falta de provas. O anuncio, feito em coletiva
de imprensa, baseou a decisão na legitimidade dos mandatos confiados por voto
popular. “Não era razoável esperar indefinidamente até que as demais
informações viessem aos autos. Por isso, determinei a volta e o arquivamento do
processo,” disse José Batista.
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