O presidente Michel Temer (PMDB) antecipou sua volta do Japão, chegando
ao Brasil na tarde ontem, quinta-feira (20). Na agenda apenas uma reunião com o
núcleo político do seu governo para tratar a mobilização para a votação em
segundo turno da PEC 241 e unificar o discurso quanto a prisão do ex-presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
A ideia do Governo é evitar qualquer comentário sobre a prisão de Cunha
para não aumentar a tensão política que já está grande. A preocupação é com o
estrago que uma delação de Eduardo Cunha possa causar a aprovação da PEC do
teto. Para garantir a aprovação, o Governo já deslocou três ministros com mandato
de deputado para assumir suas cadeiras na Câmara.
Eduardo Cunha é considerado como uma pessoa vingativa e já teria dito
que não cair sozinho. O ex-presidente da Câmara tem ligação com vários
ministros de Temer e pode levar muita gente com ele. Caso faça a delação, o
primeiro a cair deve ser o secretário do Programa de Parcerias de Investimento,
Moreira Franco, a quem Cunha já acusou de estar envolvido em irregularidades no
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
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