O Ministério Público Federal (MPF) declarou
nessa quarta-feira (19) que existia a possibilidade concreta de fuga do
deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) e, por isso, teria sido preso por determinação
do juiz Sérgio Moro. Cunha é investigado pela operação “Lava Jato”.
Segundo o MPF, Cunha tem dupla nacionalidade
(passaporte italiano) e muitos recursos ocultos no exterior. Por isso, a ordem
de prisão, expedida na última terça-feira (18), veio acompanhada do bloqueio de
bens do ex-deputado no valor de R$ 220 milhões.
Para Sergio Moro, enquanto não um houver rastreamento
completo do dinheiro e a identificação da sua localização, há um risco de
dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a recuperação dos recursos.
O juiz disse, ainda, que enquanto não for afastado esse de fuga, o ex-deputado
continuará preso de forma preventiva. Cunha passou a noite em uma cela especial
da Polícia Federal em Brasília.
Repercussão:
Em Brasília, a prisão de Cunha paralisou a maioria
das atividades e acabou motivando uma verdadeira avalanche de especulações. Membros
do Governo Temer não admitem, mas há o temor de Cunha fazer um acordo de
delação premiada. Segundo informações pretende proteger a mulher e a filha,
também, usadas no esquema de corrupção montado por ele.
Outro fator que chama atenção é a força política
exercida por Cunha, mesmo após a cassação e a forte investigação que estava
sendo submetido. Ele teria indicado, inclusive, cargos de confiança no Governo
Temer. Cunha ajudou a eleger mais de uma centena de deputado por todo o Brasil
e Temer precisa desses votos para ter maioria na Câmara.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB),
reagiu com perplexidade e revolta a prisão de Cunha. A imprensa ele disse que
tinha nada a declarar sobre o caso por não ter nada com o caso. Renan é
apontado como o próximo a cair pelas mãos da operação Lava Jato. Há quem
acredite que a lama chegará ao presidente Michel Temer colocando um fim
prematuro em seu governo.
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