Em sessão esvaziada, líder da minoria diz que Câmara teme desgaste para as eleições
Uma sessão conjunta entre a Câmara dos Deputados e o Senado, marcou a abertura dos trabalhos legislativos de 2018 no Congresso Nacional. A sessão solene dessa segunda-feira, 5, trouxe mais dúvida para a base governista com relação ao alcance dos votos necessários para aprovar a Reforma da Previdência, principal pauta do Governo Temer em fevereiro.
O
líder da minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), comemorou o
esvaziamento e garante que o Governo não terá os 308 votos necessários para a
aprovação da reforma. Cerca de 65 parlamentares comparecem a sessão. “Foi uma
sessão esvaziada, coisa muito rara por aqui,” disse.
Ao
blog, Guimarães avaliou que campanhas nas redes sociais estão minando a base do
Governo Temer. “Eles (deputados governistas) temem o desgaste nas eleições,”
disse. Segundo o petista, durante a sessão vazou uma planilha que mostra o governo
com apenas 237 votos.
Na
sessão, apenas o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou
sobre a Reforma. Maia avaliou a aprovação das novas regras como um “papel
difícil”, mas necessário. Para o democrata, será impossível governar o país sem
a aprovação. Maia encerrou pedindo apoio dos deputados para aprovação do texto
que deve seguir à Casa no próximo dia 19.
Mais pressão – Para aumentar
a pressão sobre o Congresso, a oposição organiza manifestações nesta
terça-feira, 6, com ato das Centrais Sindicais no salão verde da Câmara. Na
quarta-feira, 7, está prevista uma reunião com todos os partidos de oposição
para planejar uma obstrução ao Projeto da Reforma.
Ponto de conflito – Apesar da
defesa feita por Maia, a Reforma da Previdência tem sido o principal ponto de
conflito entre os partidos da base do governo com rejeição, inclusive, dos
presidentes da Câmara e do Senado. Um dos principais aliados do Governo, o emedebista
Eunício Oliveira, presidente do Congresso, já declarou que não leva o projeto
ao plenário, caso o texto retire direitos dos trabalhadores.
Na
sexta-feira, 2, durante a entrega de mais uma Estação de Bombeamento (EBI-2) da
Integração do Rio São Francisco, em Cabrobó (PE), o presidente Michel Temer
disse já ter feito sua parte para que a reforma andasse no Congresso. “Ninguém teve peito e coragem
de botar dedo na ferida,” disse.
A declaração acirrou os ânimos e no dia seguinte o presidente da Câmara ventilou
engavetar o projeto, caso a articulação do Governo não consiga os votos
necessários. Maia quer culpar a articulação do Planalto por um possível
fracasso. O prazo para os articuladores governistas é 20 de fevereiro.
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